Agência Brasil

A quantidade de endividados bateu recorde em março : 77,5% das famílias brasileiras fecharam o mês com alguma dívida, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Esse é o maior percentual registrado nos últimos 12 anos, período em que a CNC realiza a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor.

A quantidade de famílias nessa situação aumentou 10,3 pontos percentuais em um ano. Em março passado, as famílias endividadas eram 67,3%.

O endividamento aumentou mesmo em meio à escalada dos juros no Brasil, que encareceram o crédito: as taxas de crédito para pessoas físicas passaram de 39,4% em janeiro de 2021 para 46,3% em janeiro de 2022, segundo a CNC.

O que mais pesa no bolso das famílias e empurra a tomada de crédito é a inflação, segundo avaliação do presidente da entidade, José Roberto Tadros. Com preços mais altos, elas precisam de mais dinheiro à disposição para conseguir manter os custos de vida.

Inadimplência recorde

A pesquisa também registrou outra máxima histórica: a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso foi de 27,8% , 3,7 pontos percentuais acima do que foi registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020. Destas, 10,8% das famílias declararam “não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso”, e vão permanecer inadimplentes.

Cartão de crédito puxa alta

O cartão de crédito foi responsável por 87% do endividamento no período e pressionou principalmente as famílias de maior renda. Já entre as famílias de renda baixa, o aperto veio nas modalidades do crédito pessoal e cheque especial. G1