Foto : Wilson Dias/Agência Brasil

Ao comentar a ausência de questões no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre o período da ditadura militar, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o objetivo da prova “não é dividir, nem polemizar, nem doutrinar”.

Segundo levantamento feito pela Folha, a primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a primeira em ao menos dez anos que não trouxe questões relativas à ditadura nas provas de ciências humanas e linguagens.

“A gente já pode começar falando em regime militar, ditadura militar. Essa é uma discussão que eu acho que a gente não vai caminhar para nenhum lugar”, respondeu o ministro ao ser questionado sobre o assunto.

Weintraub ainda afirma que, antes da realização da prova, não teve acesso a nenhuma questão. “E se não caiu [questões sobre a ditadura militar], eu não participei das escolhas das questões”, disse.

A Polícia Federal ainda apura o vazamento de uma imagem da prova do Enem. A suspeita é que um aplicador do exame tenha cometido a irregularidade, mas o nome do acusado ainda não foi divulgado. O ministro disse que fará o possível para punir o responsável.

“O que a gente vai tentar é escangalhar ao máximo a vida dele. Eu sou a favor, sempre, que a pessoa que é um transgressor pague o preço da transgressão dela. Eu sou uma pessoa que acha que as punições no Brasil são leves”, declarou Weintraub. E completou: “Vamos atrás dele. Não estamos mais no Império Romano. Não existe mais empalamento nem crucificação”.