O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes, declarou nesta quinta-feira (17), que pressente que haverá mudanças na formatação da chapa majoritária governista para as eleições de outubro. A principal mudança é a ida de Otto Alencar (PSD) para o governo, enquanto o governador Rui Costa (PT) renuncia ao mandato para disputar uma vaga no Senado – nesta configuração, o vice-governador João Leão (PP) governaria o estado por nove meses, e o senador Jaques Wagner não disputaria um novo mandato.

“Nesses últimos dois dias eu estava em Brasília, cheguei ontem e estava um rebuliço total. Eu estou pressentindo que vai haver mudança. Eu não conversei, que fique bem claro, com nenhum dos quatro [Otto Alencar, João Leão, Rui Costa e Jaques Wagner], mas estou pressentindo que pode haver mudança. Pode acontecer, não estou dizendo que vai acontecer”, disse o parlamentar em entrevista que realizou nesta quinta-feira à Rádio Metrópole. Sobre a conformação dessa chapa, ele disse que tem ouvido isso, mas não dos quatro, com os quais esteve hoje na solenidade pelos 197 anos da Polícia Militar, embora não tenha conversado sobre o tema.

Há também outra configuração, não citada por Adolfo Menezes, na qual Rui e Leão renunciariam em conjunto e a Assembleia Legislativa, onde o governo tem ampla maioria, elegeria Otto de forma indireta. Em outubro, ele poderia concorrer à reeleição encabeçando uma chapa com Ronaldo Carletto (PP) na vice e Rui ao Senado com Leão como suplente.

Lula

Adolfo Menezes também afirmou, em nota, que a participação do ex-presidente Lula no processo eleitoral do estado mostra a importância que a Bahia tem dentro do cenário nacional. “A força do nosso grupo está na união. São importantes partidos com expressivas lideranças que, ao longo dos anos, vêm construindo uma Bahia cada vez mais forte”, disse Adolfo, que considera que os PP, PT e PSD têm nomes fortíssimos, capazes de construir “mais uma vitória pelo bem da Bahia”.

Ele ainda disse que Rui, Otto, Wagner e Leão saíram entusiasmados com a importância que o ex-presidente dedica à Bahia, após o encontro realizado na terça-feira (15), em São Paulo. “As discussões são fundamentais dentro de um grupo democrático. Mas o momento é de muita tranquilidade porque a nossa vitória é o desejo do povo que reconhece o trabalho voltado para o desenvolvimento e para cuidar das pessoas que mais precisam”, concluiu.

Nilo e Neto

Sobre o destino do deputado federal Marcelo Nilo (PSB), Adolfo Menezes disse que acredita não haver mais retorno. “Todos sabem de minha ligação pessoal, é muito meu amigo por muito anos, mas acredito que não tem retorno mais. Na política tudo pode acontecer, mas chega a um determinado ponto em que fica difícil”, comentou Menezes, na entrevista à Metrópole. O pessedista considera que a relação de Nilo com o grupo governista esgarçou muito. “Ele [Marcelo Nilo] mesmo me disse: ‘o cristal quebrou’. Então não vai ter retorno e Marcelo vai caminhar ao lado de Neto”.

O presidente da Assembleia, entretanto, não deixou de elogiar o candidato do grupo adversário, o ex-prefeito de Salvador e pré-candidato do União Brasil ao governo, ACM Neto. “A gente não pode deixar de reconhecer o que mudou em Salvador nos últimos anos aqui, como estava Salvador e o que Salvador é hoje; era uma cidade com muitos problemas. Eu digo sempre que é até milagre: Deus protege Salvador”, comentou Menezes sobre o fato de Salvador ter diversas construções irregulares, algumas com até cinco andares e feitas sem nenhuma técnica – ele considera um milagre não ocorrer em Salvador, também devido à topografia, o que ocorre nestes dias em Petrópolis, onde mais de 100 pessoas perderam a vida após chuvas que causaram enchentes e deslizamento de terra.

“Não pode negar o que foi feito nos últimos oito anos de Neto, e o que o meu amigo Bruno Reis está fazendo, mas a Bahia também não pode deixar de reconhecer, e reconhece isso nos levantamentos, o trabalho magnífico do grande governador Rui Costa, que foi iniciado pelo ex-governador Jaques Wagner”, pontuou Adolfo. Política Livre