O grupo governista não terá vida mole na Assembleia Legislativa se adotar a estratégia de tentar eleger Otto Alencar (PSD) governador-tampão por via indireta, pelo voto dos deputados baianos, para incentivá-lo a concorrer à sucessão estadual em outubro.

A bancada de oposição já avalia lançar o deputado federal Marcelo Nilo (PSB) para um bate-chapa contra ele na Casa. “Duvido que Marcelo não tenha mais votos na Assembleia do que Otto”, afirma uma fonte oposicionista, admitindo, no entanto, que o parlamentar ainda não foi consultado.

A proposta de eleger Otto governador-tampão circulou num encontro que ele, o governador Rui Costa (PT), o senador Jaques Wagner (PT), o vice-governador João Leão (PP) e o ex-presidente Lula tiveram em São Paulo, na última terça-feira, para discutir a formação da chapa governista.

Para viabilizá-la, Rui e Leão renunciariam em conjunto e a Assembleia Legislativa, onde o governo tem ampla maioria, elegeria Otto de forma indireta. Em outubro, ele poderia concorrer à reeleição encabeçando uma chapa com Ronaldo Carletto (PP) na vice e Rui ao Senado com Leão como suplente.

O único problema é que o segundo mandato de Otto não poderia mais ser renovado, restrição que, no entanto, agradaria ao PT por permitir o eventual retorno de Rui, em 2026. Nilo é hoje pré-candidato ao Senado na chapa do candidato do DEM ao governo, ACM Neto (DEM). Política Livre