Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem por estados do Nordeste no fim da semana, deixou claros alguns pilares de sua estratégia para as eleições municipais: viajar pelo país e apoiar candidatos de partidos aliados onde o PT não for competitivo.

Para Lula, os adversários são “negacionistas”. Nessa lógica, uma das prioridades do presidente será conter aqueles que, para ele, são políticos radicais de direita. Vale até mesmo o PT abrir mão de sua tendência histórica de lançar candidatos nas principais cidades. Se um aliado for mais forte em determinadas regiões, o PT topará compor a parceria sem o protagonismo.

“Onde não tiver candidato, vou apoiar candidato aliado. Não quero que os adversários ganhem, porque os adversários são negacionistas”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Meio, de Teresina, durante viagem à capital piauiense.

Em outra entrevista no Nordeste, dessa vez no Ceará, o presidente abordou o mesmo tema. E disse que, nas alianças, deverá tomar cuidado para não desagradar os partidos que lhe dão base no Congresso. Mas ressaltou que, contra “adversário ideológico”, não pensará duas vezes.

“Eu tenho que levar em conta se, nas cidades, esses partidos que me apoiam estão disputando. Eu tenho que levar em conta quem são os adversários. E, aí, naquele que o adversário for adversário ideológico, adversário negacionista, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha”, declarou à Rádio Verdinha. Alguns exemplos de cidades importantes onde o PT vai apoiar aliados são:

  • Rio de Janeiro: Eduardo Paes (PSD)
  • São Paulo: Guilherme Boulos (PSOL)
  • Recife: João Campos (PSB)

Nos últimos dias, Lula esteve no Rio de Janeiro e fez um giro pelo Nordeste. Passou por Fortaleza, Teresina e São Luís. Inaugurou obras, participou de eventos com políticos locais, ministros e aliados e entregou casas do Minha Casa Minha Vida.

Lula fez discursos e deu entrevistas a diversas rádios locais. Se, no primeiro ano do mandato. o presidente focou em viagens internacionais, a ideia agora é intensificar as viagens internas.

“É o seguinte, as coisas estão acontecendo, as coisas vão acontecer e é por isso que eu vim aqui [Teresina]. Eu vou viajar o Brasil inteiro e acho que as coisas vão acontecer. Eu não me conformo, acho importante dizer, eu não me conformo com o retrocesso que houve no país”​, anunciou o presidente.

Disse também que, para todos os lugares que for, vai dar entrevistas às rádios locais, numa estratégia para alcançar eleitores. “A partir de agora, em todas as cidades que eu visitar, meu primeiro compromisso é entrevista à radio local”, disse o presidente. Na sequência das viagens, Lula deve ir ao Mato Grosso — um dos pólos do agronegócio nacional — para lançar o Plano Safra (programa de financiamento do governo ao agro). G1