Filiado ao PT desde o começo da década de 1980, o ex-ministro Tarso Genro disse, durante um debate, que o partido cometeu um “erro grave” ao hostilizar a possibilidade de uma terceira via na eleição presidencial e não buscar o “diálogo permanente” com este grupo.

“Defendi, dentro do meu partido e fora dele, que o surgimento da terceira via deveria ser prestigiado e defendido com unhas e dentes. Marchávamos para uma situação perigosa e precisávamos estabelecer uma ponte entre aquilo que se colocava ao centro com aquilo que se colocava à esquerda daquele centro”, declarou Genro, em discussão promovida pelo grupo Derrubando Muros, um coletivo que reúne políticos, empresários e outras lideranças civis.

“Foi um erro grave e não sei se é recuperável. Isso me leva para uma posição de ceticismo. A esquerda deveria ter convidado esse centro para um diálogo permanente, sem ficar hostilizando essas e outras possibilidades”, acrescentou o ex-ministro. Recentemente, o ex-presidente Lula declarou que a terceira via é uma “cretinice” e que o PT “sempre polarizou”.

Entre os participantes do debate, estavam o ex-deputado Roberto Freire, presidente do Cidadania, o ex-governador Germano Rigotto, coordenador do programa de governo de Simone Tebet (MDB), e os economistas Armínio Fraga e Elena Landau.