O time econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sondou o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy para fazer parte do governo, afirmou uma fonte a par do assunto nesta quinta-feira. A posição que o ministro poderá ocupar não foi comentada pela fonte, que pediu anonimato. O interesse por eventual participação de Levy no governo vem do apreço de Paulo Guedes, indicado por Bolsonaro à Fazenda, por seu trabalho.

 

Levy comandou o Ministério da Fazenda no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mas saiu antes de completar seu primeiro ano no cargo diante de discordâncias sobre o afrouxamento nos esforços fiscais, em meio à recessão econômica e à intensa crise política, que emperrou ou atenuou muitas das medidas de ajuste que propôs ao longo de sua gestão.

 

Ele também foi secretário da Fazenda do Rio no primeiro governo de Sérgio Cabral. Além de promover uma forte tesourada nas despesas, como ministro buscou sem sucesso uma grande reversão em subsídios, a diminuição de recursos destinados para o Sistema S e a recriação da CPMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira).  Depois de deixar o ministério, Levy assumiu o posto de diretor financeiro do Banco Mundial, onde segue até hoje.

 

Procurado via assessoria de imprensa da instituição, não comentou. Reagindo ao quadro de franca deterioração nas contas públicas e falta de coesão no governo para atacar o problema, o Brasil perdeu, sob a gestão de Levy como ministro da Fazenda, o grau de investimento pelas agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor's.

 

A mesma fonte disse à Reuters que o nome para chefiar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “ainda não foi decidido”. Também destacou que os nomeados para o comando das estatais no governo Bolsonaro “não necessariamente” sairão da lista definida para a equipe da economia na transição, que já conta com 11 integrantes além de Guedes. No grupo, estão Rubem Novaes e Carlos da Costa, nomes que já foram ventilados na imprensa como possíveis escolhas para o BNDES.