Foto: Antonio Augusto/SCO/STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (25) que a conclusão das investigações do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) representa uma “oportunidade” para discutir uma “reforma” das polícias no Brasil. O decano da Corte deu a declaração ao chegar para uma sessão de comemoração dos 200 anos de criação do Senado Federal, no Congresso.

Para Gilmar, o envolvimento de agentes públicos na arquitetura da execução de Marielle, apontada em relatório da Polícia Federal, é algo “extremamente grave”. “Muito vem se tendo esse tipo de notícia do envolvimento da polícia com crime organizado. Parte da polícia, né? Obviamente isso é algo extremamente grave. É preciso pensar numa refundação dessas instituições, tomar as medidas necessárias”, afirmou.

A PF concluiu que as mortes da vereadora e do motorista Anderson Gomes foram encomendadas por Domingos e Chiquinho Brazão. Também identificou o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, como mentor da execução. Rivaldo foi apontado como responsável por indicar que a emboscada contra Marielle não poderia ocorrer no trajeto da Câmara dos Vereadores. Ele também é acusado de obstruir as investigações do assassinato.

O delegado Giniton Lages, que foi responsável pelo inquérito da morte de Marielle, também aparece na investigação como suspeito de ter desviado deliberadamente o curso das investigações, como forma de proteger os mandantes do crime. O ex-chefe da Polícia Civil e os irmãos Brazão foram presos neste domingo (24), em operação da Polícia Federal. Eles negam envolvimento com o crime.

À imprensa, o ministro do STF avaliou que o Congresso deve encarar os resultados da investigação como uma forma de discutir uma reforma das polícias. Ele não deu mais detalhes a respeito da proposta. “É um momento de profunda reflexão. O próprio Congresso Nacional se dedicar a essas temáticas, uma reforma das polícias. Uma reforma especialmente voltada para o que se está acontecendo no Rio de Janeiro”, declarou. G1