Agência Brasil

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) teve uma reação extrema após os atos terroristas em Brasília, no último dia 8 de janeiro, saírem do controle e soltou o verbo contra o então secretário interino de Segurança Pública, Fernando Oliveira.

A resposta do emedebista consta em um conjunto de mensagens (áudios e textos) que foram anexados ao depoimento dele à Polícia Federal (PF), concedido na última sexta-feira (13), e que durou cerca de três horas.

Na oportunidade, de acordo com o jornal O Globo, Ibaneis alegou que o plano de segurança de Brasília foi “sabotado” no domingo. Ele colocou a culpa pelos atos terroristas na cúpula da segurança local. Desta forma, ele tenta comprovar a tese de que foi enganado, mas assim que soube da invasão ao Congresso, pediu uma reação enérgica.

“Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível”, escreveu o governador, em uma mensagem de texto, às 15h39 ao então secretário interino de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira. Segundo a defesa de Ibaneis, essa foi a reação dele ao saber da invasão através da TV. Na manhã do mesmo dia, em conversas anteriores, Fernando Oliveira avisa ao governador que a manifestação ocorria de maneira “pacífica, ordeira e democrática”.

O secretário interino chega a garantir ao governador que não haveria problemas quanto ao controle dos atos. Já em áudio enviado às 13h23 para o então chefe do Executivo do DF, Fernando Oliveira garante que conduziu negociações para que os manifestantes deixassem os arredores da Esplanada dos Ministérios sem tumultos e reitera o controle das tropas policiais. Este é o último diálogo entre eles, até o início dos atos terroristas.

Aos investigadores, Ibaneis disse ter solicitado apoio das Forças Armadas ao ministro da Justiça Flávio Dino logo depois de ter tido ciência de que a situação estava fora de controle e se disse “decepcionado” e “revoltado” ao ver a passividade de alguns policiais militares, que chegaram a fazer fotos dos manifestantes que depredavam o patrimônio público. Ele disse ter sido vítima de “sabotagem”.