Alan Santos/PR

Leitores como Alex Ribas, de Lauro de Freitas, perguntam como Jaques Wagner está se movimentando para 2022. Numa palavra, ele, como João Roma, faz um jogo de lá e cá, enquanto ACM Neto, sem maiores referências lá, aposta tudo por cá. Pois que no último fim de semana, a um ano das eleições, dois fatos distintos, mas imbricados, são curiosos, se cruzados. Enquanto ACM Neto circulava pelo interior, Jaques Wagner estava em Brasília num almoço com Lula. O quadro demonstra precisamente o cenário da disputa de 2022. Para Wagner, quanto mais federalizar a questão colado com Lula, melhor; da mesma forma que Roma como a ponta baiana de Bolsonaro. Para Neto, o jogo é estadualizar.

Erro tático

Em 2006, quando Paulo Souto, governador, tentava a reeleição, e Wagner surpreendentemente ganhou, Lula era o presidente, e dizem que ACM, o velho, cometeu um erro tático. Começou a bater em Lula, federalizou a disputa, caiu no que o PT queria. É o que Neto quer evitar. É difícil separar os embates federais dos estaduais. Na Bahia, a questão federal já atingiu Neto agora, com João Roma, um ex-amigo com quem rompeu por ter aceitado ser ministro de Bolsonaro. Mas cá, enquanto Neto está sem grilos, Wagner ainda vai ter trabalho para acomodar Otto Alencar e João leão; e Roma, para encontrar aliados. Mas os desdobramentos já serão cenas dos próximos capítulos. (Bahia.Ba)