O médium João de Deus disse à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, ele foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação. O médium negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias. “Eu tenho 50 pessoas para acabar com você. Se você colocar 100, eu coloco 200 e, se você aumentar isso, eu coloco 1 mil. Eu vou acabar com você”, relata João de Deus sobre ameaça.

 

A TV Anhanguera teve acesso com exclusividade ao depoimento, que durou 3 horas, e ocorreu após a prisão do médium, neste domingo (16). Além de João de Deus, estavam na sala três delegados, uma escrivã e três advogados do médium. João de Deus teve a prisão decretada na sexta-feira (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás.

 

No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia. O líder religioso está detido em uma cela de 16m² no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Nesta segunda (17), a defesa dele protocolou um pedido de habeas corpus. O advogado Alberto Toron informou que a intenção é que João de Deus tenha direito de prisão domiciliar enquanto o caso é investigado.

 

Entre os argumentos está a idade, já que o preso tem 76 anos, e a saúde debilitada.  No início do depoimento, João de Deus contou que ganha R$ 60 mil por mês, fruto da renda das sete fazendas que possui em Goiás. Ele afirmou também que extrai pedras preciosas em duas das propriedades, mas não sabe precisar o lucro com este trabalho.

 

O médium declarou ainda que possui carros e várias casas. Porém, não sabe a quantidade de imóveis porque alguns foram doados aos filhos. Até sábado (15), a polícia tinha procurado o médium em mais de 30 endereços sem sucesso. Ele já era considerado foragido pelo Ministério Público. A suspeita de que ele estava tentando ocultar patrimônio reforçou o pedido de prisão.

 

Segundo o jornal “O Globo”, as investigações apontam que o líder religioso retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras desde que as primeiras denúncias de abuso sexual vieram à tona. Ele nega qualquer movimentação milionária e afirma que os decontos que ocorreram foram referentes ao pagamento de funcionários. G1