Foto: Tácio Moreira / Metropress

Ex-vice-governador da Bahia, o deputado federal João Leão, do PP, reafirmou, ontem, em entrevista ao MetroPod, o compromisso com o prefeito de Salvador, Bruno Reis, do União Brasil, para as eleições de 2024. No entanto, na ocasião, o pepista, ressaltou que o destino de seu apoio em 2026 ainda é incerto.

“Eu tenho um compromisso com Bruno Reis. Nós vamos apoiar ele em 2024. Em 2026, não é que não tenha, eu gostaria muito de ter um compromisso com o grupo, [mas] em política, meu filho, você vive o momento”, declarou João Leão. Segundo ele explicou na sequência, “não adianta projetar 2026, sem concretizar 2024”. “Agora você tem que projetar a sua base. Como vai ficar a base do PP?”, questionou João Leão.

Ele falou sobre as movimentações políticas das eleições de 2022. Após se sentir mal em um evento político no último pleito, o então vice-governador desistiu de ser candidato ao Senado e indicou o seu filho, Cacá Leão, na época deputado federal, para ocupar o posto.

João Leão foi eleito deputado federal, mas Cacá Leão perdeu a disputa para Otto Alencar, do PSD, que foi reconduzido ao Senado Federal. Durante a entrevista, ele foi perguntado sobre o resultado. João Leão revelou que sente culpa pelo cenário. “Cacá está felicíssimo aí como secretário de governo [de Bruno Reis], [mas] às vezes me sinto culpado de Cacá não estar em um mandato”, lamentou.

“Cacá era um cara que tinha um mandato excepcional. Foi relator da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], foi relator do orçamento, foi líder do partido, e poderia estar aí disputando a presidência da Casa e tal, mas é a vida”, emendou.

Ainda de acordo com João Leão, o deputado federal Cláudio Cajado, do PP, foi o único a resistir à candidatura de Cacá ao Senado. “Eu disse: ‘Antes de divulgar, vamos fazer uma reunião com o nosso partido para comunicar todos os deputados estaduais e federais’. Fizemos uma reunião na minha casa e foi unanimidade, só teve uma voz que ficou assim, [porque] meio que [ele] queria ser, que foi Cláudio Cajado”, mencionou Leão.

Leão disse que apoiou o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro, do PL, no segundo turno das eleições do ano passado, por guardar mágoas do PT. “Decidi porque fiquei magoado. Muito magoado, com toda honestidade, com aquilo que fizeram comigo, então apoiei Bolsonaro realmente pelo que o PT fez. Os caras não honraram comigo”, lembrou.

De acordo com ele, havia um trato com o então governador Rui Costa e Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à presidência pelo PT. Pelo pacto relatado por Leão, Rui renunciaria ao governo para ele assumir o Palácio de Ondina: “Saí eu e Rui Costa, fui lá com Lula para ele aprovar Rui no Senado e eu como governador. Lula aprovou, [estava] tudo aprovado”.

Por fim, o parlamentar confirmou que planeja fazer a transferência do seu título de eleitor para o município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, com finalidades políticas. Porém, garantiu: “Estou fazendo essa semana que vem, [mas] não sei se serei candidato”.  Tribuna da Bahia