O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), entrou nesta sexta-feira (24) com uma petição no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir a abertura de um inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na operação da Polícia Federal contra o ex-ministro Milton Ribeiro.

Uma interceptação telefônica feita pela PF sugere que Milton tenha sido comunicado por Bolsonaro sobre uma possível busca e apreensão contra o ex-ministro.

“Estamos presenciando um ataque às instituições e o escancaramento da corrupção. Uma conduta gravíssima de interferência na autonomia de um órgão que deve agir com independência na apuração dos fatos”, disse Randolfe.

O pedido de Randolfe foi feito no âmbito do inquérito do STF aberto após a saída de Sérgio Moro do governo. Em coletiva para anunciar a demissão, o ex-ministro acusou Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger aliados e familiares.

O inquérito foi encerrado após a PF concluir que não havia indícios da interferência do presidente na corporação.

O relator é o ministro Alexandre de Moraes.

O caso Milton foi enviado para o STF nesta sexta, por decisão do juiz Renato Borelli, após ser identificada a suspeita de interferência de Bolsonaro e de vazamento da operação Acesso Pago, que prendeu Milton e pastores no caso do balcão de negócios no Ministério da Educação.

“Hoje o presidente me ligou, ele está com pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim. É que tenho mandando versículos para ele”, disse Ribeiro, na conversa revelada pela GloboNews e confirmada pela Folha.

Além da investigação no Supremo, Randolfe também investe na abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as suspeitas sobre o Ministério da Educação e a suposta interferência de Bolsonaro.

Na quarta-feira (23), o senador reuniu todas as assinaturas necessárias para a abertura da CPI.

Após o requerimento ser protocolado, a instalação da comissão de investigação vai depender da leitura do documento em plenário pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele já adiantou, porém, considerar que a proximidade do período eleitoral “prejudica o escopo de uma CPI”. Política livre