Agência Brasil

As críticas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes durante o final de semana, afirmando que o Exército está se associando a um “genocídio” por conta da condução do Ministério da Saúde durante a pandemia do coronavírus, repercute nos bastidores do governo.

Militares voltaram a pressionar o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde desde o início de junho, a pedir reserva — assim como fez o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de governo, no começo do mês. Generais da ativa querem se descolar da imagem de que há uma confusão entre o Exército e a política. Mas, com Pazuello na ativa, a estratégia é malsucedida.

Segundo aliados de Bolsonaro, Pazuello já tinha sinalizado que pediria reserva no final do mês. Com as críticas de Gilmar, integrantes do governo defendem que Pazuello peça reserva para blindar o Exército de críticas de que se mistura com a política. As críticas de Gilmar, no entanto, irritaram o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que discute uma nova resposta ao ministro do STF.

No fim de semana, o Ministério da Defesa já havia respondido a Gilmar. Ao blog, o vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (13) que críticas a respeito da gestão do governo Bolsonaro na Saúde são “válidas”, mas que o termo usado pelo ministro do STF Gilmar Mendes a respeito do Exército foi “fora do tom”. “Pode criticar a gestão, ele está no direito dele. Mas os termos foram fora do tom, foi infeliz”, disse o vice. Por Andréia Sadi