Uma carta enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, é uma das provas que o Ministério Público Federal (MPF) aponta na nova acusação contra o petista. O documento, que integra mais uma denúncia no âmbito da Operação Lava Jato, é de maio do ano de 2012 segundo informações do blog de Fausto Macêdo, no jornal O Estado de São Paulo.

 

A acusação indica que “usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano”. O empresário Rodolfo Gianetti Geo, do Grupo ARG, é suspeito de tráfico de influência e também lavagem de dinheiro na ação contra Lula.

 

Na carta em questão, o ex-presidente fala do dono da ARG e diz que, desde 2007, ele se “familiarizou com a Guiné Equatorial”. “É muito gratificante quando vejo as empresas brasileiras atuando em sintonia com os mais altos objetivos dos países do continente africano, apoiando seu desenvolvimento e se associando a empresários locais para que nasçam novos empregos nas economias locais”, escreveu o ex-presidente Lula na carta.

 

De acordo com o processo, em troca, Lula recebeu R$ 1 milhão disfarçados de doação da empresa ao Instituto Lula. Ao longo do texto, o petista também agradece a carta e o telefonema que recebeu de Obiang e diz que está “otimista” quanto às perspectivas do país ingressar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.