O professor Vagner Alves, que é investigado pela Polícia Civil por suspeita de criar e publicar na internet um vídeo com fotos de alunas usando biquíni, na cidade de Feira de Santana, alega que é inocente. Em vídeos publicados nas redes sociais logo após as primeiras denúncias, Vagner Alves afirma que desconhece o conteúdo do vídeo, que foi publicado no canal dele no YouTube, e diz que não sabe como, mas acredita que foi hackeado.

“Eu estou surpreso com isso. Eu estou chocado com essa informação dessa publicação”, diz em um dos vídeos. “Eu uso meu computador em sala de aula. Às vezes aberto. Às vezes uso também em bibliotecas municipal, pública, e etc. Não sei por que via… ou celular, ou computador, ou a senha… não sei por que modo ela pode ter sido acessada, e esse vídeo publicado, mas não fui eu que fiz isso. Eu não faço isso”, completa.

Em um dos vídeos, o professor chega a descrever o que se passa no vídeo, que não foi divulgado pela polícia, e diz que não faz sentido ele publicar as imagens em suas redes sociais.

“O vídeo aparece uma mãe olhando para o espelho, depois aparece uma pessoa em pé, depois aparece tocando alguma coisa, depois começa a aparecer uma série de mulheres de biquíni. Nem todas elas eu conheço, nem todas elas são estudantes da universidade, e sem sentido nenhum. Um vídeo que não tem mensagem nenhuma”.

“Se a pessoa parasse um pouco, gente que está gastando horas tentando difamar e intensificar o fato. Não parou para ver: ‘Poxa, porque que um vídeo desse, de uma forma tão distinta, começa a aparecer numa coisa dessa'”. O professor Vagner Alves também comenta como estão sendo os dias após a denúncia.

“Não são dias tranquilos. Não são dias fáceis, mas se eu me recolher, se eu baixar a cabeça, eu vou estar dando um ganho para quem procurou gerar esse efeito. Não vou fazer isso. Estou me dirigindo neste momento aos órgãos administrativos, às consultorias jurídicas”.

O professor atua na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e as vítimas são todas estudantes da instituição. Na tarde da terça-feira (17), alunos fizeram um protesto na unidade. Segundo a delegada Edileuza Suely, que investiga o caso, ao menos 15 mulheres já procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade para prestar queixa.

Conforme a delegada, em depoimento, as vítimas contaram que as fotos usadas no vídeo foram pegas nas redes sociais, sem autorização, e que elas estão constrangidas com o fato. “Ele entrou nas redes sociais delas, fez um apanhando de fotos onde elas estão tomando banho de piscina, com roupas de banho e, com essas imagens, ele montou um vídeo e passou a divulgar. Elas se sentiram ofendidas e, por isso, prestaram queixa”, contou a delegada. G1