O presidente Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira (8) que acredita que a reforma da Previdência será aprovada ainda no primeiro semestre de 2019 e que o Congresso “não pode levar um ano” para analisar a proposta.

“Acredito que sim”, respondeu Bolsonaro a jornalistas ao ser questionado se acreditava que a proposta de reforma da Previdência poderia ser aprovada ainda neste primeiro semestre. “Não pode levar um ano para aprovar uma reforma”, completou o presidente.

Bolsonaro deu as declarações após participar, no Palácio do Planalto, de uma cerimônia em que recebeu credenciais de seis novos embaixadores que vão representar seus países no Brasil.

A proposta de reforma da Previdência foi entregue por Bolsonaro aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, no dia 20 de fevereiro.

Entre as mudanças previstas estão a criação de uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, a ser aplicada após 12 anos de transição; e de tempo mínimo de contribuição de 20 anos.

Bolsonaro disse ainda que o governo vai “fazer de tudo” para que a proposta enviada ao Congresso não seja “desidratada” durante a sua tramitação. Entretanto, ele admitiu que a medida é “amarga.”

“Sabemos em algum aspecto que é uma medida amarga, mas é uma resposta que temos que dar de uma política sem muita responsabilidade que foi feita nos últimos anos. Tem que dar um freio de arrumação agora. Até os militares vão entrar com a sua cota de sacrifício nessa reforma”, disse o presidente.

A proposta recebeu críticas no Congresso e de governadores, que anunciaram a formação de um grupo para debater e apresentar ao governo sugestões de alterações no texto.

Um dos pontos que recebeu mais críticas foi o que estabelece que idosos sem meios de se sustentar terão de aguardar até os 70 anos para receber integralmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O benefício, no valor de um salário mínimo, é hoje pago mensalmente à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprove não possuir meios de se sustentar, e nem de ter auxílio da família.

Sobre a articulação no Congresso para a aprovação da proposta de reforma da Previdência, Bolsonaro disse que está apelando ao “espírito patriótico” dos parlamentares.

“Estamos fazendo política de maneira diferente, da forma como vinha sendo feita não poderia dar certo. Nós estamos buscando os parlamentares, apelando para o espírito patriótico deles, que o Brasil é um país que, se continuar sem reformas, a tendência nossa, realmente, é chegar à beira do caos e não queremos isso. Essa é a forma que estamos nos aproximando do parlamento brasileiro”, declarou o presidente.

‘Intensificação’

À noite, o porta-voz de Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, voltou a falar sobre a reforma da Previdência durante declaração à imprensa.

Segundo ele, o presidente determinou a “intensificação” da estratégia de comunicação para esclarecer à população os principais pontos da proposta.

O slogan da campanha do governo é “Nova Previdência: é para todos, é melhor para o Brasil”. A ação envolverá redes sociais, jornais, rádios e TVs.

O porta-voz ainda disse que Bolsonaro poderá escrever artigos, publicar mensagens nas redes sociais e participar de programas de TV para defender e explicar o projeto.

Rêgo Barros afirmou que desconhece informações sobre mapas de votos de deputados favoráveis à reforma, porém ressaltou que Bolsonaro está “convicto” de que os parlamentares ajudarão a modificar as regras previdenciárias.

“O presidente está convicto que os parlamentares farão o seu papel e escreverão seus nomes na história do Brasil por criarem uma Previdência mais justa e igualitária para todos os brasileiros, sejam políticos, servidores públicos, militares e trabalhadores da iniciativa privada”, declarou o porta-voz segundo informações do G1. Foto: Carolina Antunes / PR