Principal honraria concedida pela Câmara Municipal de Salvador, o título de cidadã soteropolitana será entregue à Keila Simpson, em cerimônia especial de celebração ao mês do Orgulho LGBTQIAPN+, na próxima terça-feira, 20 de Junho, a partir das 18 horas no Plenário Cosme de Farias. Será a primeira vez na história da casa, desde que foi fundada em 1549, que uma travesti receberá o título. Keila é presidenta da Associação Nacional de Travestis e transexuais, rede de organização política de pessoas trans.
O título de Cidadã Soteropolitana tem como objetivo o reconhecimento do trabalho de pessoas que não nasceram em Salvador, mas tem notável contribuição para o desenvolvimento do município. “Recebi com muita honra essa notícia. Eu vivo em Salvador desde 1986. Cidade que tinha uma efervescência noturna muito intensa e toda uma vivência na região central aqui nos arredores da Câmara Municipal de Salvador. Receber esse título vem de encontro ao sentimento de pertencimento que senti desde que cheguei aqui”, destacou Keyla, nas redes sociais. A aprovação da honraria, para primeira travesti, é um marco histórico e foi indicação da Mandata Coletiva Pretas Por Salvador (Psol).
“Tivemos uma vitória no mês do orgulho LGBT que foi a aprovação do nosso projeto de resolução que confere o título de cidadã soteropolitana para a companheira Keila Simpson, uma companheira travesti, transexual que faz um debate incrível sobre redução de danos, sobre o combate às violências, opressões e Keila, que é do Maranhão, vive em Salvador há quase 40 anos, fazendo luta com pessoas que estão em situação de prostituição, pessoas em situações de população de rua para construir esse debate. Então esse título é mais do que merecido, e é uma honra para nós que ele tenha sido aprovado exatamente no mês do orgulho”, disse a co-vereadora das Pretas, Laina Crisóstomo. A cerimônia de entrega do título de Cidadã Soteropolitana, será aberta à população, e também contará com a entrega da medalha Xica Manicongo para personalidades de diferentes atuações para fortalecimento da população LGBTQIAPN+. Foto: Andrea Magnoni – Divulgação/Correio da Bahia
