Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (4), apontou que, em 2019, uma em cada 10 pessoas na Bahia deixou de realizar suas atividades habituais em razão de problemas de saúde. Segundo o IBGE, ao todo, 1,407 milhão de pessoas (9,5% da população baiana) passaram por essa situação, o que coloca a Bahia com o maior percentual do país, empatado com Sergipe.
Os dados são resultados do Primeiro Volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. No levantamento, o IBGE considerou como “atividades habituais” ações como ir ao trabalho ou à escola, fazer ginástica, cuidar da casa, entre outros.
Depois de Bahia e Sergipe, o Ceará ficou com a terceira maior proporção (9,1% da população). No outro extremo, Mato Grosso (5,6%), Amazonas (6,1%) e Rio de Janeiro (6,9%) tiveram os menores percentuais de população que deixou de realizar atividades habituais por problemas de saúde.
A média da Bahia ficou acima da nacional que, como um todo, teve 8,1% da população deixando de realizar suas tarefas habituais por problemas de saúde.
Dos 1,407 milhão de pessoas que deixaram de fazer atividades por causa de problemas de saúde, as mulheres foram maioria, 901 mil pessoas. Além disso, a proporção de pessoas afastadas por problemas de saúde foi maior também entre quem tinha de 40 a 59 anos (12,4%, maior percentual do país) ou 60 anos ou mais de idade (12,1%).
Ainda segundo o IBGE, a necessidade de abrir mão de atividades por problema de saúde foi maior ainda entre as pessoas com menor nível de instrução. Entre aqueles que não tinham instrução ou tinham até o ensino fundamental incompleto, 10,7% viveram essa situação em 2019, na Bahia.
O instituto destacou que não houve uma diferença marcante por cor ou raça nesse indicador, no estado: entre brancos, o percentual ficou em 10,8%; 9,3% entre pardos; e 9,0% entre pretos.
Com relação ás capitais, Salvador também está entre as líderes nesse indicador, com 9,9% da população (285 mil pessoas) deixando de realizar atividades habituais por motivos de saúde, em 2019. Foi o segundo maior percentual entre as capitais, abaixo apenas de Aracaju (10,0%) e empatado com Recife (9,9%).
Planos de saúde
Os dados do Primeiro Volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 aponta também que 8 em cada 10 pessoas (82,8%) não tinham plano de saúde na Bahia, em 2019. Entre os mais ricos, 9 em cada 10 (90,9%) tinham plano
Em 2019, 17,2% da população baiana (2,551 milhões de pessoas) tinham plano de saúde médico ou odontológico. O percentual é bem menor que a média nacional (28,5% tinham plano) e apenas o 16º entre as 27 unidades da Federação.
Ainda segundo o IBGE, São Paulo (41,2%), Distrito Federal (40,2%) e Rio de Janeiro (37,7%) tinham os maiores percentuais de pessoas com plano de saúde médico ou odontológico, enquanto no Maranhão (6,5%), em Roraima (8,3%) e no Acre (9,6%), menos de 1 em cada 10 pessoas possuía o serviço.
Assim como ocorria no Brasil, o percentual na Bahia de mulheres com plano de saúde (18,2%) era maior que o de homens (16,0%), em 2019. No país, 29,5% das mulheres possuíam o serviço, frente a 27,4% dos homens.
De forma semelhante, mas com diferenças bem mais marcantes, o percentual de brancos com plano de saúde na Bahia (23,0%) era maior que a média da população (17,2%) e bem superior aos verificados entre pretos (17,0%) e pardos (15,0%). No Brasil como um todo, essa desigualdade era ainda maior: 38,8% dos brancos tinham plano de saúde, frente a 21,4% dos pretos e 20,1% dos pardos.
Entre os idosos (pessoas de 60 anos ou mais de idade), 16,9% tinham algum plano de saúde em 2019, no estado (401 mil). Era quase a metade da proporção verificada em nível nacional (30,2%) e significa que 1,971 milhão de idosos na Bahia não tinham plano de saúde em 2019.
De uma forma geral, ainda de acordo com o IBGE, a posse de plano de saúde crescia conforme aumentava o nível de instrução e tinham uma correlação bastante forte com a renda. Na Bahia, 60,1% das pessoas com nível superior completo tinham plano de saúde em 2019, enquanto a proporção era de 7,9% entre as pessoas sem instrução ou com até o ensino fundamental incompleto.
A partir do rendimento domiciliar per capita de 2 a 3 salários mínimos (R$ 1.996 a R$ 2.994 em valores de 2019), a maioria já tinha plano de saúde no estado (53,1%), percentual que chegava a 9 em cada 10 pessoas na faixa mais elevada de renda: 90,9% daquelas com mais de 5 salários mínimos per capita (R$ 4.990) tinham plano de saúde. G1