Correio da Bahia

A prévia da taxa de inflação do mês de junho em Salvador e região metropolitana (RMS) é a segunda maior do país, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês.

A pesquisa aponta índice de 1,14% na RMS, ficando abaixo somente do registrado na região metropolitana de Porto Alegre, que teve taxa de 1,18%. A pesquisa do IPCA-15 foi realizada em 11 áreas do país.

De acordo com o IBGE, para o cálculo da prévia da inflação deste mês, os preços foram coletados entre 14 de maio e 14 de junho e comparados com aqueles vigentes entre 14 de abril e 13 de maio.

O índice em Salvador e região acelerou fortemente em relação ao verificado em maio (quando havia sido de 0,37%) e foi o mais alto para um mês de junho, desde o início da série histórica regional para o indicador, no ano 2000. No Brasil como um todo, o índice de junho ficou em 0,83%, com altas em todas as 11 áreas pesquisadas.

No acumulado do primeiro semestre de 2021, o índice da RMS está em 4,08%, ligeiramente abaixo do índice do Brasil como um todo (4,13%) e é o 5º menor entre os 11 locais pesquisados. Ainda assim, é a maior prévia da inflação para um primeiro semestre na Região Metropolitana de Salvador em cinco anos, desde junho de 2016, quando o índice havia ficado em 5,21%.

O IBGE destacou ainda que, nos 12 meses encerrados em junho, o índice acumula alta de 7,66% na RMS. A taxa segue acelerando frente aos 12 meses encerrados em maio (6,49%), mas ainda se mantém menor que o indicador nacional (8,13%), e é o 4º mais baixo entre as áreas pesquisadas.

IPCA-15 de junho para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas. — Foto: IBGE/Divulgação

Transporte e Habitação são as maiores pressões inflacionárias

Ainda segundo o IBGE, o IPCA-15 de junho na região metropolitana de Salvador foi resultado de aumentos nos preços médios de oito dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Com a maior alta, o grupo transporte (3,33%) exerceu a principal pressão inflacionária na prévia do mês. Foi puxado pela alta dos combustíveis (8,35%).

A gasolina (8,29%) voltou a aumentar fortemente e foi o item que, sozinho, mais puxou o custo médio de vida para cima, na RMS. Em 12 meses, a alta da gasolina chega a 53,09%. O etanol (12,1%) também teve peso importante na aceleração da prévia da inflação em junho, registrando o maior aumento médio entre todos os produtos e serviços investigados para formar o IPCA-15.

Os preços do grupo habitação (2,11%) tiveram o segundo maior aumento, na prévia de junho, na RMS, e exerceram a segunda principal pressão inflacionária na primeira quinzena do mês. Mais uma vez, foram puxados fortemente pelo aumento da energia elétrica (5,91%), que teve a segunda alta seguida e também a segunda maior contribuição individual para a aceleração do custo de vida na RM Salvador, segundo o IPCA-15.

O aumento da energia elétrica se deu, sobretudo, devido à mudança na bandeira tarifária, de vermelha patamar 1 (R$ 4,169 a mais para cada 100 kWh consumidos) para vermelha patamar 2 (R$ 6,243 a mais). Isso ocorreu em razão da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.

Os alimentos (0,58%) tiveram uma leve desaceleração de preços no IPCA-15 de junho na RMS (haviam aumentado 0,61% em maio). Ainda assim ficaram com a terceira maior contribuição no índice do mês.

Alguns produtos chegaram a ter importantes deflações, caso da cebola (-10,99%), que mais contribuiu para segurar a prévia da inflação de junho; da batata-inglesa (-9,77%); e do arroz (-2,74%). Por outro lado, as altas das carnes em geral (1,47%) e das aves e ovos (3,31%), entre outras, seguiram pressionando o custo de vida para cima.

Na primeira quinzena de junho, apenas o grupo saúde e cuidados pessoais (-0,13%) teve deflação, puxado por reduções em medicamentos como aqueles contra pressão e colesterol altos (-2,34%) e analgésicos e antitérmicos (-2,71%).

Variação das inflação em grupos de produtos e serviços — Foto: IBGE/Divulgação

G1