O deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA) foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PGR acusa o deputado de receber R$ 400 mil em propina, entre 2010 e 2014, para beneficiar o grupo da Odebrecht na Câmara.

Oferecida pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, a denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz que o deputado agiu em favor dos interesses da Odebrecht na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias de corrupção na Petrobras, em 2015, durante a Operação Lava Jato.

O deputado também é acusado de favorecer a Odebrecht ao articular a votação da Medida Provisória 558/2012, que corria risco de vencer. O texto mudou os limites de três parques nacionais em Rondônia, o que seria de interesse da construtora. Na região, fica localizada a usina hidrelétrica de Santo António, que teve participação da Odebrecht na sua construção e operação.

A Procuradoria diz que o parlamentar mantinha uma ‘relação de confiança’ com executivos do grupo Odebrecht. “Nota-se, portanto, que a relação com o Deputado Federal João Bacelar, dentre outros parlamentares, constituía um ativo estratégico importante da Odebrecht para influenciar a atividade fiscalizadora e legislativa da Câmara dos Deputados em áreas de seu interesse”, diz um trecho da denúncia.

A PGR pede que o STF condene o deputado a perder o mandato e a devolver R$ 400 mil aos cofres públicos. Em nota, a defesa de Bacelar se diz ‘perplexa’ com a denúncia e afirma que a acusação é baseada apenas nas afirmações ‘inverídicas’ de delatores. (BN)