A produção da indústria brasileira recuou 1,8% na passagem de agosto para setembro, na série com ajustes sazonais, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceira queda mensal seguida – desde o fim de 2015, não havia uma sequência de três meses consecutivos de redução da atividade no setor. Em agosto deste ano, a indústria registrou queda de 0,7%, em vez de 0,3%.

 

A média das estimativas de 32 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data era de recuo de 1,1%, com intervalo indo de baixa de 2,8% a decréscimo de 0,45%. Na comparação com setembro de 2017, a produção industrial caiu 2%, primeiro resultado negativo nesta comparação, após três avanços seguidos, destacou o IBGE segundo o Valor.

 

No ano, a indústria está no campo positivo, com elevação de 1,9%; em 12 meses, registra crescimento de 2,7%. No terceiro trimestre de 2018, a produção da indústria cresceu 1,2% frente um ano antes. Dos 26 segmentos da indústria pesquisados pelo IBGE, 16 apresentaram declínio da produção entre agosto e setembro. Entre as principais influências negativas deste ano, apareceu o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias.

 

Eles deixou alta de 2,2% para decréscimo de 5,1%. O setor de máquinas e equipamentos recuou 10,3%, interrompendo três meses seguidos de crescimento. E o segmento de bebidas caiu 9,6%, com recuo pelo terceiro mês seguido. Outras contribuições negativas vieram dos segmentos de produtos alimentícios (-1,3%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,7%).

 

Já entre as principais influências positivas, o destaque ficou por conta do segmento de metalurgia, que subiu 5,4%, após variação negativa de 0,2% em agosto. O setor de impressão e reprodução de gravações aumentou 4%, enquanto o couro, artigos de viagem e calçados cresceram 2,4% e máquinas, aparelhos e materiais elétricos avançaram 2,1%. Por categorias, a produção de bens de capital em setembro diminuiu 1,3%, a de bens intermediários teve baixa de 1% e a de bens duráveis, 5,5%. Já a produção de bens semi e não duráveis caiu 0,7%.