Agência Brasil

Uma pesquisa mostrou que quase 90% dos brasileiros acreditam que as vacinas são instrumentos importantes para proteger a saúde pública. Eles confiam nas doses de reforço e na vacinação infantil. Com as quatro doses da vacina contra a Covid em dia, Maria Odete se sente mais segura para sair de casa do que antes.

“Foi muito difícil, mas agora está dando uma melhorada”, diz a empregada doméstica Maria Odete da Silva. Pela primeira vez desde o início da pandemia, o publicitário Adauto Pinto Hidalgo Silva está fazendo planos para viajar. “Estava tendo 3, 4 mil mortes por dia. A gente estava desesperado. Agora baixou muito. Então acho que a vacina está mais do que provada que funciona”, afirma.

A maioria dos brasileiros confia nas vacinas de forma geral. Uma pesquisa do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia mostrou que 86% acreditam que elas são importantes para proteger a saúde; 75% consideram que são seguras; e 69%, necessárias.

Mas os dados trazem um alerta em relação à Covid: 13% disseram que não pretendem tomar as doses de reforço contra a Covid e quase 8% declararam que não têm intenção de vacinar os filhos. Segundo os especialistas, reflexo da desinformação e de conteúdos falsos que circularam durante a pandemia.

“Tem, sim, um elemento de preocupação, porque claramente significa que temos ainda milhões de pessoas que foram vítimas de desinformação. Então se trata de fazer campanhas de educação, de informação, focadas nesses grupos que são uma minoria, mas uma minoria composta por milhares de famílias e que então pode ter um impacto grave na saúde, por exemplo”, diz Yurij Castelfranchi, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia.

No início da imunização contra a Covid, as salas de vacina estavam sempre cheias, com filas longas. Já para as doses de reforço, a procura não tem sido a mesma. Os números da aplicação das terceira e quarta doses têm avançado mais lentamente. Os médicos lembram que, para estar protegido, é necessário tomar todas as doses recomendadas e quem ainda não fez isso deve se apressar.

Esta semana, o país registrou a maior média móvel de mortes por Covid desde 25 de agosto, segundo o consórcio de veículos de imprensa. E a proporção de pessoas que tomaram pelo menos uma dose de reforço ainda não chegou a 60%. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia diz que a preocupação é que neste período de festas de fim de ano e de férias os casos e internações aumentem ainda mais.

“A vacinação tem que ser feita para que nós consigamos diminuir cada vez mais esses índices de severidade, de casos graves, e lembrar que as vacinas, além de serem extremamente efetivas, elas são extremamente seguras”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime Barbosa.

Kilce devia ter tomado a quarta dose em junho, mas só apareceu agora, quando percebeu que os casos de Covid aumentaram. Vai para as festas de fim de ano com a vacinação completa. “Tem que prevenir para poder estar perto de novo dos nossos familiares”, afirma a cozinheira Kilce Rosa da Silva. G1