Os pescadores e comerciantes que trabalham nas praias atingidas pela mancha de óleo nas oito cidades da Bahia registraram prejuízos nos últimos dias. “Há quatro dias que eu não consigo vender nada, porque quem vai trazer seu filho para uma praia dessa?”, contou o vendedor de biquínis Jaime Souza, que trabalha na Praia do Forte, uma das regiões turísticas mais frequentadas da cidade de Mata de São João, litoral norte baiano.

Em Praia do Forte, o óleo toma conta dos recifes e corais, além de estar espalhado nos bancos de areia e nas piscinas naturais. Um grupo se juntou para fazer a remoção das manchas, com a ajuda de tambores de lixo.

Segundo informações do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão ligado ao governo do estado, e pela prefeitura da capital, as manchas de óleo que atingem o Nordeste do Brasil desde setembro chegaram às praias de Piatã do Flamengo e do Jardim dos Namorados, em Salvador, na quinta-feira (10). Com isso, o número de cidades baianas atingidas subiu para oito.

As demais são Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai transferir o escritório Nordeste para Salvador, onde vai funcionar um comando unificado de incidentes, junto com o Inema, Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Marinha e Defesa Civil.

O comitê vai se reunir diariamente para articular ações de controle da expansão do óleo no estado e divulgar boletins informando sobre o andamento dos trabalhos. As manchas começaram a chegar no estado em 3 de outubro, quase um mês após o início do problema no país. Mais de 150 praias já foram afetadas pelo óleo em todo o Nordeste. Há registro em todos os nove estados da região. A Bahia foi o último a ser atingido. G1