O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), líder do partido na Casa, pediu a quebra de sigilo telefônico e telemático, que inclui computador e aplicativos de mensagem, de Hans River Rio, ex-funcionário de uma agência de disparo de mensagens em massa.

Hans é acusado de mentir ao colegiado durante depoimento na semana passada na CPI da Fake News, além de insinuar que a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, pediu informações sobre o caso em troca de sexo.

Em dezembro, uma reportagem da Folha mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacowns, onde Hans trabalhou, utilizava um esquema fraudulento para usar nomes e CPF’s de idosos para cadastrar chips de celular. Este método era usado para garantir o disparo de lotes de mensagens em prol de políticos.

A deputada federal baiana Lídice da Matta, do PSB, já havia pedido ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que abrisse uma investigação contra River por falso testemunho. O Código Penal brasileiro estipula que dar informações falsas durante um inquérito judicial é crime, com pena prevista de dois a quatro anos de prisão. 

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro ofendeu a jornalista, também com insinuação sexual. Segundo o capitão, ainda sem partido, Patrícia “queria dar o furo a qualquer preço” contra ele, disse Bolsonaro aos risos. 

“Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]. Lá em 2018 ele [Hans] já dizia que ele chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo Whatsapp informações?’ E outra, se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática, se eu for mentir contra o PT, eu tô falando bem, porque o PT só fez besteira”, acusa.

Em seu depoimento, apesar do que indicam as investigações, Hans disse ter ficado inclusive surpreso por ter sido procurado por diferentes políticos, menos por Jair Bolsonaro. O seu maior cliente, segundo ele, seria o PT.