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Os bairros Alto das Pombas e Calabar, em Salvador, vivem clima de tensão desde a noite de domingo (3). Na segunda-feira (4), a região, que é marcada por disputa entre facções e fica próxima a bairros nobres da capital baiana, registrou troca de tiros e ações com 17 reféns. O policiamento nos locais está reforçado.

Os moradores da área estão aterrorizados e muitos deixaram suas casas. Ao longo da segunda-feira, ao menos cinco suspeitos foram mortos em confronto com a polícia. Três foram presos e diversas armas foram apreendidas – entre elas, fuzis e granadas.

Durante a manhã, sete pessoas foram feitas reféns em duas ações simultâneas no Alto das Pombas. À tarde, a situação se repetiu em uma comunidade entre o Alto das Pombas e o Calabar. Dez pessoas foram feitas reféns, entre elas uma idosa e uma criança de três anos. Nos dois casos, as vítimas foram liberadas e ninguém ficou ferido.

O Alto das Pombas faz fronteira com o Calabar, a Federação e a Graça, área valorizada da capital. Segundo os moradores, o nome é uma homenagem a muitos caçadores que procuravam o local, que fica na parte alta da cidade, para capturar aves – pombos, principalmente.

O bairro possui uma única entrada para carros e as demais vias, bem estreitas, possuem saídas para o Calabar, apenas para pedestres. O Alto das Pombas é famoso como espaço de mobilização política das entidades comunitárias, além de preservar a cultura baiana com pequenos restaurantes e rodas de samba. Lá está o famoso restaurante de Dadá, uma das mais famosas cozinheiras da Bahia.

O Alto das Pombas também é conhecido por ser vizinho ao Campo Santo, maior e mais antigo cemitério de Salvador, fundado no ano de 1834 e administrado pela Santa Casa de Misericórdia.

Os conflitos têm se tornado cada vez mais constantes na localidade. Em janeiro, um homem foi morto durante um tiroteio entre membros de facções criminosas rivais, durante uma disputa de território para o tráfico de drogas.

No dia 16 de junho, a comunidade também passou por momentos de terror durante a madrugada. Um homem foi baleado e outro foi executado dentro do Cemitério Campo Santo. Na ocasião, a população acionou a Polícia Militar, que ocupou as principais ruas dos bairros e fez rondas para tentar localizar os suspeitos, mas ninguém foi preso.

Duas semanas depois, um tiroteio entre traficantes de facções criminosas rivais assustou os moradores do Alto das Pombas, e terminou com um homem morto e quatro pessoas feridas. G1