O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou nesta sexta-feira (25), que viver sob escolta por conta de ameaças recebidas e sob constante difamação “não é viver plenamente”. Nesta quinta-feira (24), Wyllys informou que não tomará posse para o novo mandato, que se inicia em fevereiro deste ano. Segundo ele, a decisão foi tomada após ser alvo de constantes ameaças de morte e de conteúdo falso na internet.

Na mensagem, enviada à TV Globo, Jean Wyllys diz ainda que desde março do ano passado o governo brasileiro foi omisso com relação a essas ameaças e ignorou um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos, que reconheceu que ele estava sob “risco iminente de morte”. A OEA solicitou ao Brasil que tomasse providências para garantir a proteção de Wyllys e de sua família, porque o caso apresentava todos os requisitos de “gravidade, urgência e irreparabilidade”.

“Viver sob escolta por conta de ameaças e viver sob constante difamação, que era como estava vivendo, não é viver plenamente. O relatório da CIDH da OEA é claro e contundente em denunciar a negligência do Estado brasileiro em relação aos ataques a mim. A medida cautelar foi simplesmente ignorada pelo Estado brasileiro”, disse o deputado na mensagem.

Segundo ele, apenas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu o risco das ameaças e destacou uma escolta da polícia legislativa para realizar a sua segurança. Mesmo assim, disse Wyllys, o efetivo “estava longe da segurança exigida para uma vida plena”.

A polícia legislativa vinha fazendo a escolta de Jean Wyllys desde março de 2018, após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). De acordo com a assessoria do deputado, as ameaças de morte, das quais já era alvo, aumentaram desde o crime.

A proteção do parlamentar era feita em todo o território nacional. Ou seja, para onde ele fosse, os agentes iam também. Procurada, a Câmara informou que o número de policiais legislativos que fazem a escolta de deputados é mantido em sigilo por questões de segurança segundo informações do G1. Foto: Reprodução