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A eliminação do Vitória na Copa do Brasil, ao perder para o Nova Iguaçu, por 2 a 0, na última quarta-feira, só confirmou o que se via desde os primeiros minutos do jogo disputado no Estádio Laranjão. Inseguro diante da péssima temporada que tem feito, com direito a eliminação na primeira fase do Campeonato Baiano, o Rubro-Negro não quis jogar ofensivamente, preferiu recuar suas linhas e pagou caro com mais um vexame.

A estratégia até funcionou na primeira etapa, mas o time de Léo Condé não sustentou o empate que o garantiria na próxima fase do torneio nacional no segundo tempo e viu Léo Índio e Márcio Duarte balançarem as redes.

Em relação ao time que apenas empatou com o Barcelona de Ilhéus, pelo Campeonato Baiano, Léo Condé apresentou três novidades: Lazaroni retornou à lateral esquerda e Zeca migrou para a ala direita, na vaga de Railan; enquanto Gegê substituiu Diego Torres, no meio, e Rafinha entrou no lugar de Osvaldo, no ataque.

No campo, o que se viu foi um time mais recuado, cauteloso, apenas em busca dos contra-ataques, mas que sofreu na primeira investida do adversário. Em um lance característico do Vitória em 2023, o sistema defensivo, praticamente todo posicionado dentro da área, não conseguiu evitar finalização perigosa de Ícaro.

Assim seria durante boa parte do jogo: um Vitória acuado e inseguro para não levar gol do adversário. Na fase defensiva, o volante Léo Gomes formou uma linha de cinco com os defensores em vários momentos do primeiro tempo, mas ficou claro que a segunda linha de marcação precisa fazer ajustes para encurtar os espaços à frente da zaga no decorrer da temporada ou novos vexames acontecerão.

No 5-4-1 do Vitória na fase defensiva, Rafinha, Eduardo, Gegê e Thiago Lopes formaram a segunda linha. O detalhe é que nenhum deles possui como característica um forte poder de marcação e cobertura, o que pode ter prejudicado a estratégia defensiva, chamando o adversário para o campo de ataque.

Nos contra-ataques, o Rubro-Negro teve dificuldade para acelerar as jogadas e levar perigo ao Nova Iguaçu. Em um desses lances, Léo Gamalho, na esquerda, até encontrou bom lançamento para Rafinha, no outro lado, mas o atacante perdeu a bola no um contra um.

Com a vantagem do empate para confirmar a classificação, o Vitória deixava a bola com o adversário e contragolpeava com poucos jogadores, no máximo quatro ou cinco. A etapa inicial seguiu em ritmo lento, mas o Vitória era menos passivo em sua marcação no meio-campo. Em nova recuperação de bola no setor, Thiago Lopes avançou até finalizar da entrada da área, sobre o gol. Zeca chegou a ultrapassar pelo lado direito, mas não recebeu o passe.

No final, foi o Nova Iguaçu, mais uma vez, que assustou. No mesmo roteiro do início do jogo, a linha baixa e concentrada do Vitória não teve a proteção da segunda linha de marcação e, após trocas de passes, Luã Lúcio teve espaço para finalizar com perigo.

Para a segunda etapa, o técnico Léo Condé apostou em Tréllez no lugar de Léo Gamalho para, talvez, ganhar profundidade às costas da marcação adversária. O colombiano também poderia ser útil para brigar pelo alto, o que não aconteceu. O Vitória seguiu tímido ofensivamente e acuado lá atrás.

O Rubro-Negro ainda precisou de uma bela defesa de Lucas Arcanjo em apenas dois minutos para não ficar atrás no placar. Condé insistiu nas mudanças ofensivas em busca da melhora rubro-negra, com as entradas de Osvaldo e Wellington Nem nos lugares de Rafinha e Thiago Lopes, respectivamente, mas isso não aconteceu. O cenário do jogo não mudou.

O Vitória continuou acuado em campo e, de vez em quando, oferecia espaços ao Nova Iguaçu. Em mais um lance do time da casa no entrelinhas rubro-negro, Nicola chegou a finalizar, mas o miolo de defesa fechou bem.

Na jogada seguinte, a linha de zaga rubro-negra não conseguiu afastar a bola em contra-ataque do Nova Iguaçu, e um pênalti contra o Vitória foi marcado, após finalização de Luã Lúcio. A bola bateu em Camutanga e, depois, na mão de Railan, que havia entrado no lugar de Lazaroni. Léo Índio converteu a penalidade.

Depois do gol do Nova Iguaçu, o Vitória tinha pouco mais de 20 minutos para buscar o empate e retomar a classificação na Copa do Brasil. Agora, era preciso propor jogo, outro problema rubro-negro na temporada.

O que se viu foram os laterais mais avançados, com Zeca tentando a construção pelo meio, no lado esquerdo, e Railan no corredor direito. A última mudança rubro-negra foi a entrada de Diego Torres no lugar de Gegê, mas nada que alterasse um sistema de jogo burocrático ofensivamente. Depois de passar mais de 65 minutos cauteloso e recuado, o Vitória não parecia encontrar recursos para atacar.

Quando as coisas não funcionam para uma equipe dentro de um jogo, é fácil afirmar que “os jogadores estão perdidos em campo”. A frase, no entanto, resumia perfeitamente o Vitória após o primeiro gol do Nova Iguaçu. O Rubro-Negro não conseguia atacar e ainda sofria defensivamente.

Antes do final da partida, Railan errou na marcação a Márcio Duarte, que aproveitou lançamento às costas da linha de defesa do Vitória para marcar o segundo gol na partida. O terceiro gol só não aconteceu porque Lucas Arcanjo fez outra boa defesa.

Após o confronto pela competição nacional, o Vitória agora deposita sua atenção na Copa do Nordeste. No domingo, o Rubro-Negro terá o clássico com o Bahia na Arena Fonte Nova, fundamental para as pretensões da equipe neste primeiro semestre. Após cinco rodadas, o Leão ainda não venceu. Na vice-lanterna do Grupo A, o time baiano tem apenas dois pontos, depois de dois empates e três derrotas.

A três rodadas do fim da primeira fase da Copa do Nordeste, o Vitória precisa tirar uma diferença de cinco pontos para o quarto colocado, que atualmente é o Sampaio Corrêa. Por isso, vencer o Ba-Vi é fundamental para se manter vivo no torneio e não sofrer mais uma eliminação precoce. Globoesporte