EC Bahia

O Bahia não teve uma noite feliz diante do Operário-PR, no último sábado, em jogo que terminou empatado em 2 a 2, na Arena Fonte Nova, pela 31ª rodada da Série B. O que pesou para o péssimo resultado diante de mais de 39 mil pagantes, e contra um clube que faz parte da zona de rebaixamento, foi o desempenho ruim do sistema defensivo, principalmente no primeiro tempo.

Em menos de três minutos, Reina e Júnior Brandão fizeram dois gols. Para não sair sem pontuar, Tricolor contou com um bom desempenho na boa bola parada, e os gols de Ricardo Goulart e Ignácio.

O Bahia entrou em campo cheio de mudanças em relação ao time que perdeu para o Sport, na rodada anterior. Na lateral esquerda, Luiz Henrique foi escalado no lugar de Rezende, que vinha sendo improvisado. Com Daniel suspenso, Ricardo Goulart assumiu a armação. Além disso, no ataque, Raí, Igor Torres e Rodallega perderam posição para Marco Antônio, Jacaré e Davó.

Diante da terceira pior defesa da competição, o Bahia tratou de se impor. Tanto que, em cinco minutos, Jacaré finalizou duas vezes. Na primeira, inclusive, Vanderlei fez ótima defesa.

A pressão, principalmente pelo lado direito, rendeu bola na rede antes dos 15 minutos iniciais, mas o gol de Ricardo Goulart foi anulado porque, no início do lance, Jacaré havia recebido lançamento em posição de impedimento

Em relação ao posicionamento ofensivo, Goulart e Davó atuaram por dentro, enquanto Marco Antônio atacou pela esquerda, e Jacaré, pela direita.
O que se viu em seguida, no entanto, foi uma linha de defesa completamente exposta. Tanto que o Bahia sofreu dois gols do Operário-PR em menos de três minutos.

No primeiro lance, Mugni errou o passe e Ignácio deu um bote errado; Marcinho deixou muito espaço na direita, e Pavani cruzou para Reina abrir o placar

No segundo gol, Marcinho foi facilmente driblado por Pavani, que fez o cruzamento para o gol de Júnior Brandão. Ignácio marcou de longe, e Gabriel Xavier ficou indeciso contra dois jogadores.

A “avenida” no lado direito do Bahia ainda rendeu uma bola na trave do goleiro Claus.
No fim da primeira etapa, a bola parada recolocou o Bahia no jogo. Mugni cobrou escanteio no segundo pau e Davó deu assistência para Goulart marcar de cabeça. O Tricolor ainda faria um gol com Marco Antônio, bem anulado pela arbitragem.

Reação nos acréscimos

Para corrigir os problemas defensivos na volta para o segundo tempo, Enderson substituiu Marcinho por André na lateral direita. No primeiro avanço, o lateral cruzou rasteiro para Ricardo Goulart soltar uma bomba no travessão.

A pressão, no entanto, parou por aí. O Bahia não tinha o mesmo ímpeto ofensivo de outros jogos na Fonte Nova. Com isso, Enderson escalou Copete no lugar de Marco Antônio, segunda alteração em 16 minutos de segundo tempo.

Mas a falta de criatividade continuava. Por isso, Enderson mexeu no time novamente, com três mudanças de uma só vez, já na reta final do jogo. Entraram Rodallega, Patrick Verhon e o estreante Caio Vidal nos lugares de Davó, Mugni e Luiz Henrique, respectivamente.

Com isso, Copete recuou do ataque para a defesa e posicionou-se na lateral esquerda.
O resultado parecia definido quando o Bahia garantiu um ponto em outro gol de bola parada. Desta vez, Patrick Verhon cobrou o escanteio e Ignácio subiu livre para cabecear e contar com desvio da defesa do Operário-PR

Time em declínio?

O Bahia mantém-se confortável na zona de acesso para a Série A. Terceiro melhor do campeonato com 52 pontos, o Tricolor tem sete pontos a mais que o Londrina, quinto colocado e primeiro clube fora do G-4.

O problema é que o Tricolor, em vez de evoluir, parece se atrapalhar nas próprias limitações, algo que pode passar batido pelo desempenho de acesso do time, mas vale ser lembrado. Enderson Moreira parece não encontrar uma melhor alternativa de jogo para a equipe.

O técnico chegou a ser vaiado e chamado de “burro” após substituir Mugni, na reta final do jogo.

Vale ressaltar que a atuação ruim de Marcinho, e do sistema defensivo como um todo, pesou negativamente, mas as poucas oportunidades criadas pelo Tricolor também refletiram no resultado.

A sete rodadas do final da Segunda Divisão, ainda é esperado que o Bahia apresente uma evolução técnica que coroaria o acesso, mas algo que tem sido difícil de acreditar.

Agora, a reta final da Série B coloca dois compromissos fora de casa em sequência para o Bahia. Na próxima sexta-feira, o Tricolor visita a Chapecoense, às 21h30 (de Brasília), na Arena Condá.

Depois, na terça-feira (4), o Tricolor vai até o interior de São Paulo medir forças com o Novorizontino, também em um jogo marcado para as 21h30. Globoesporte