Com questões que abordavam nazismo, gênero, feminismo, ditadura militar e outros temas, as primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 têm sido criticadas por estudantes e especialistas em todo o país. Um desses críticos foi o ministro da Educação, Rossieli Soares, que disse em entrevista à Jovem Pan, nesta última quinta-feira (8), que certos pontos não deveriam existir na prova.

 

“Eu não vejo a prova, mas reconheço que tem exageros. Não faria prova assim. Não precisa se trabalhar assim. Por mais que tenha reconhecimento linguístico, poderia usar exemplo que não fosse esse”, afirmou o ministro ao ser questionado. “Ideologização não pode ter em escola. Defendo isso seja da direita ou esquerda, de qualquer viés”, acrescentou.

 

Ele se referiu à pergunta que cita o pajubá, apontado como o dialeto secreto de gays e travestis. As pessoas que prestaram o Enem neste último domingo (4), deveriam assinalar a resposta que explica o motivo de o pajubá ser caracterizado dessa forma. Mas o contexto com referência ao grupo social foi alvo de indignação nas redes sociais. Rossieli disse à publicação que a prova é de responsabilidade do Inep, que é integrado ao MEC.

 

Por isso, afirmou que não tem acesso à prova. “Eu não vejo a prova porque não posso e acho que nem devo por questão de segurança. Mas o processo precisa ser revisto. Mudar a matriz do Enem a partir da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio é mudar todo o processo. Mudar isso vai ser importante ao Brasil”, defendeu. De acordo com ele, é preciso ter pluralismo de ideias. O ministro já foi confirmado como futuro secretário de Educação do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).