O sinal de alerta está ligado no Bahia, que perdeu quatro dos seis jogos que disputou no Campeonato Brasileiro. Uma das explicações para a campanha ruim do time está no sistema defensivo.
Depois de seis rodadas, o tricolor está entre os times de pior defesa do Brasileirão. Ocupa o quinto lugar no ranking das equipes mais vazadas, junto com Red Bull Bragantino e Corinthians. Foram 11 gols sofridos. Uma média de 1,83 por partida.
Para se ter uma ideia, em 2021, quando sofreu 51 gols e foi rebaixado com o seu pior desempenho defensivo na história do Brasileirão por pontos corridos disputado por 20 equipes, o tricolor havia sofrido seis gols nas primeiras seis rodadas. Cinco a menos do que agora.
Apenas América-MG (17 gols), Coritiba (14) e Goiás e Cuiabá (12 cada), sofreram mais tentos do que o clube baiano. Dos seis jogos que fez na Série A, o Esquadrão só não levou gol em um, na vitória sobre o Vasco, por 1×0, no estádio de São Januário.
Nos dois últimos jogos do Brasileirão, contra Santos e Flamengo, a vulnerabilidade da defesa tricolor ficou mais evidente. Foram três gols sofridos em cada partida. Na Vila Belmiro, diante do Peixe, o time vacilou em momentos cruciais e poderia ter saído com um placar maior do que os 3×0.
Já contra o Flamengo, as falhas na bola aérea chamaram a atenção. Dois dos três tentos do time carioca foram marcados em lances de faltas cruzadas na área. O técnico Renato Paiva reconhece que a sua equipe ainda não atingiu a solidez defensiva que se espera e afirmou que o elenco continua trabalhando os “detalhes” para encontrar o ajuste necessário.
“Pesa o número de gols sofridos porque estávamos equilibrados, mas, num jogo onde você não joga e o adversário joga, arrisca a perder por 3 a 0 e ser goleado. Nos aconteceu. Tem que servir de lição. [Contra o Flamengo] foi um passo à frente do que aconteceu em Santos. Quarta teremos direito de resposta e espero que deem resposta efetiva na quarta e depois, contra o Goiás. Temos que trabalhar defensivamente”, disse ele antes de completar:
“Temos que continuar trabalhando para que os detalhes nos ajudem e a gente comece a marcar mais gols e sofrer menos”.
A sangria na defesa é um sintoma que afeta o Bahia desde o início da temporada e que Renato Paiva e seus comandados ainda não conseguiram estancar. O Esquadrão até esboçou um momento de equilíbrio nas finais do Campeonato Baiano e reta final da primeira fase da Copa do Nordeste, após Paiva mudar para o esquema com três zagueiros, mas bastou subir o nível dos adversários que os problemas novamente ficaram expostos.
Entre os 20 clubes que disputam a Série A, o Bahia é o time que mais sofreu gols em 2023. Contando a Copa do Nordeste, o Baianão, Copa do Brasil e Brasileiro, a equipe foi vazada 40 vezes. O Flamengo aparece logo depois, com 39. Lanterna do Brasileirão, o América-MG fecha o top-3, com 35.
Diante do cenário ruim, o tricolor precisará se reinventar se quiser abrir boa vantagem na luta por uma vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Amanhã, a equipe encara o Santos no primeiro duelo das oitavas de final do torneio mata-mata. O confronto será na Vila Belmiro, às 19h.
O jogo de volta acontecerá na Fonte Nova, no dia 31 de maio, também às 19h. Além da vaga na próxima fase, a classificação na Copa do Brasil envolve a disputa por uma premiação de R$ 4,3 milhões paga ao vencedor.
Times que mais sofreram gols na Série A:
América-MG – 17 gols
Coritiba – 14 gols
Goiás e Cuiabá -12 gols
Bahia, Corinthians e Bragantino – gols 11
Flamengo e Grêmio – 9 gols (Correio da Bahia)