Foto: Chico Ribeiro/ Governo de MS

Dados divulgados nesta quinta-feira (24), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil perdeu 8,34% de sua vegetação natural em 18 anos. A Amazônia e o Cerrado foram os biomas que mais sofreram perdas e maior parte da área devastada em todo o país foi convertida em áreas de pastagem.

O levantamento foi realizado entre os anos de 2000 e 2018 e faz parte do que o IBGE classificou como contas de extensão dos ecossistemas, que têm como objetivo mensurar o capital natural do país para desenvolver indicadores ambientais que possam ser incorporados ao cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzido no país.

Ao todo, o Brasil perdeu cerca de 490 mil km² de vegetação natural ao longo do período analisado. A área é equivalente a mais de dez vezes toda a extensão territorial do estado do Rio de Janeiro e quase ao dobro de todo o território do estado de São Paulo que eram estimadas pelo IBGE, em 2018, em cerca de 43,8 mil km² e 248,2 mil km², respectivamente.

De toda a área perdida, cerca de 270 mil km² (55,07%) eram da Amazônia e cerca de 153 mil km² (31,17%), do Cerrado – ou seja, 86,24% da cobertura vegetal nativa devastada se concentrava nestes dois biomas.

O IBGE enfatizou que, ao longo do período analisado, houve uma desaceleração nas perdas de áreas naturais no país. A maior desaceleração ocorreu na Mata Atlântica – de uma perda de 8.793 km², entre 2000 e 2010, para menos 577 km², entre 2016 e 2018. Na Caatinga, nesses mesmos cortes temporais, as perdas foram de 17.165 km² e de 1.604 km², respectivamente.

A maior parte da área devastada em todo o território nacional foi convertida em áreas de pastagem e agrícolas. Cerca de 208,4 mil km², o que corresponde 43% da vegetação perdida, passaram a ser usados como pastos, enquanto outros cerca de 94 mil km² (19%) passaram a ser usados para plantio.

A silvicultura, que consiste no cultivo de árvores para coleta de madeira ou produção de papel e celulose, representou apenas 3,6% de toda conversão do uso da terra que teve sua cobertura vegetal alterada. G1