O Bahia venceu e convenceu na Copa do Nordeste pela primeira vez. Já sem chances de classificação para as quartas de final, o tricolor entrou em campo sem pressão e bateu o CRB, por 3×0, na noite desta quarta-feira (22), na Fonte Nova. Diante dos alagoanos, o Esquadrão colocou força máxima em campo, surpreendendo parte dos tricolores que esperava por um time reserva.

Após a partida, o técnico Renato Paiva explicou o motivo de não ter poupado o elenco e falou sobre o jogo contra o Fluminense-PI, quando usou uma equipe alternativa, ficou no 1×1 e acabou eliminado do Nordestão. De acordo com  ele, a escolha foi feita por entender que poderia perder atletas por lesões.

“No Brasil, falando de futebol, o treinador é chamado de burro por muita gente. Falando de futebol, o técnico é burro, o médico é que é esperto, o jornalista inteligente… tem as suas opiniões e são aceitáveis. Mas quem trabalha nesta vida [futebol] tem que tomar decisões baseadas em análises”, iniciou Paiva.

“Foram quatro jogos em dez dias. Vitória em casa, Camboriú, Itabuna e Fluminense-PI fora. Nos primeiros três jogamos praticamente com os mesmos jogadores. Se eu jogasse com os mesmos jogadores no quarto jogo, o risco de lesão seria tremendo. Se tivesse ganhado o Fluminense, lesionado os jogadores, chegado ao quinto jogo contra o Itabuna e tivesse sido eliminado, eu seria burro por privilegiar uma competição que estava quase eliminado quando poderia ir à uma final e ganhar um título. Portanto, no Brasil o treinador é burro por uma coisa e por outra. Mas isso é externo. Vale zero. Quando eu tomo uma decisão é em função da minha experiência, do meu trabalho e análise do grupo. Isso não é uma crítica aos jornalistas, médicos e professores. Estou falando de futebol”, completou.

Renato Paiva disse ainda que, apesar de ter usado o time reserva, o Bahia deveria ter vencido o Fluminense-PI. Na ocasião, o time piauiense já estava eliminado e colocou a equipe sub-20 em campo. O treinador afirmou ainda que tem uma dívida com os tricolores e prometeu ganhar o Nordestão no próximo ano. O Esquadrão já está garantido na fase de grupos em 2024.

“O que está mal não foi o jogo contra o Fluminense, mas toda a trajetória na Copa do Nordeste. Queríamos mais, mas o time foi compondo aos poucos, não tivemos capacidade competitiva em muitos jogos para estar no nível do Bahia. Ainda temos lacunas, estão chegando jogadores e não há milagres”, disse.

“Estou muito triste e deixo aqui uma promessa. Com uma temporada de trabalho, esse elenco reforçado com jogadores que vão chegar mais para frente, estamos devendo uma Copa do Nordeste aos nossos torcedores. Foi ruim, assumimos. No próximo ano, se Deus quiser, com este elenco trabalhado, uma série A nas pernas, uma Copa do Brasil e muito trabalho de treino, vamos devolver essa Copa do Nordeste. É a minha dívida com a torcida e vamos fazer tudo para ganhar o 50º título do estadual”, finalizou.

O primeiro jogo da decisão do Campeonato Baiano será neste domingo (26), às 16h, no estádio Eliel Martins, em Riachão do Jacuipe. Por ter feito melhor campanha, o Esquadrão tem a vantagem de decidir o título em casa. O duelo da volta será no dia 2 de abril, também às 16h, na Fonte Nova. Correio da Bahia