Foto: Ricardo Stuckert

O encontro do candidato ao Palácio do Planalto Lula (PT) com ex-candidatos à Presidência contou com um momento de saia justa – mas contornado com bom humor.

Aloizio Mercadante, responsável pelo plano de governo do petista, estava com o microfone e ia conceder a palavra para Lula.

Sem microfone, Lula alertou que Geraldo Alckmin (PSB) falaria primeiro. Mercadante respondeu que o vice na chapa presidencial já havia discursado ao abrir o encontro. “Mas a imprensa não estava aqui”, respondeu Lula.

Diante da resposta de Lula, Mercadante, então, contornou a saia justa com descontração. “Ah, não estava? Ah, então desculpe. É isso! Esse é o vice-presidente mais bem tratado e será assim durante todo o governo da história do Brasil. Então, com a palavra o governador Alckmin”, falou Mercadante, no microfone.

Alckmin, sorrindo, entrou na onda: “É o que eu falo. Fui duas vezes candidato a presidente, então posso falar duas vezes. Se fosse a Marina tinha que falar três, né Marina?”, disse, ao se referir a Marina Silva (Rede), que embarcou no apoio a Lula na semana passada – ela disputou as eleições presidenciais em 2010, 2014 e 2018.

Embora em clima descontraído, o episódio acima chamou atenção de fontes petistas pois assessores de Lula têm apontado uma disputa pelo comando da área econômica de um eventual governo do ex-presidente.

Embora atuante no plano econômico de Lula, Mercadante enfrenta resistências internas e também do mercado para assumir um eventual protagonismo nessa área – como antecipado pelo blog.

No entanto, para assessores de Lula, ele gostaria de um papel de destaque num eventual governo Lula.

E, Alckmin, tem sido citado como possível ministro da Economia se Lula for eleito – o que tem causado uma espécie de ciumeira entre quadros mais tradicionais do PT.

No comitê de Lula, inclusive, se Lula quiser Alckmin em um ministério, petistas preferem que seja ou na Defesa – como ocorreu com Jose Alencar em seus dois mandatos – ou em um ministério a ser recriado, como Indústria e Comércio. Por Andreia Sadi/G1