Nesta quinta-feira (24), Marcelo Macedo completa quatro dias de internamento após ser espancado e baleado por trocar carícias e beijar outro rapaz em um bar da cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. O crime ocorreu na noite do último domingo (20). Antes do ataque começar, a vítima foi questionada “se não tinha vergonha de fazer isso na frente de pais de família”.

Marcelo Macedo levou um tiro no braço e três no abdômen. Após uma cirurgia, ele tem estado estável de saúde, mas não há previsão de alta. Enquanto se recupera dos ferimentos no Hospital Geral de Camaçari (HGC), Marcelo ainda tenta entender o que houve na noite em que quase foi morto.

O rapaz contou que lida dia após dia com os fantasmas do ataque de homofobia, coisa que até então nunca tinha sofrido. “Eu estou assustado. Foi a primeira vez que algo assim aconteceu comigo. É preciso muita maldade no coração do ser humano para fazer isso, porque a gente não estava fazendo nada demais. Estava bebendo, trocando carícias normalmente”.

“Eu vou sair e vou continuar agindo normalmente, porque não estou fazendo nada de errado, mas seguro a gente nunca está”. O caso está sob investigação da Delegacia de Camaçari. Três homens, incluindo um policial militar, são suspeitos do crime. Os nomes deles não foram divulgados para, segundo a polícia, não atrapalhar as investigações.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Polícia Civil informou que os três já foram ouvidos pela delegada Thais Siqueira, titular do município, porém não detalhou se eles foram detidos após o depoimento. A reportagem procurou a Polícia Militar para saber a situação do policial suspeito de envolvimento no crime, contudo não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. G1