“Cadê as provas? Ninguém acredita nisso”, questiona a mulher do mestre de jiu-jitsu Iraílson Gama da Costa, de 35 anos, que foi morto durante uma ação de policiais na quarta-feira (28), em Salvador. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, Iraílson é suspeito de assaltos e reagiu à abordagem dos policiais. Marta Helena Gama nega que o marido, com quem estava há 15 anos, tenha envolvimento com crimes e pede justiça.

 

Ela, que também é mestre em jiu-jitsu, descobriu a morte de Iraílson quatro dias após o desaparecimento dele e ainda não entende o que aconteceu. “Família, amigos, todos estão inconsolados, sem acreditar que ele foi para outro mundo e sem acreditar na história da polícia. Nada disso muda quem ele era. Ele era maravilhoso”, diz Marta Helena.

 

De acordo com a SSP, o atleta teria sido baleado durante uma troca de tiros com agentes da Rondesp no bairro do Comércio, após denúncias de assalto. Um outro homem, que ainda não foi identificado, estaria com ele e também morreu na ação. Conforme a SSP, dois revólveres calibre 38 e um carro roubado foram apreendidos com os dois. Segundo Marta, Iaraílson saiu de casa, neste mesmo dia, para treinar, por volta das 11 horas segundo o G1.

 

Ele estava sem carro. Depois disso, ele não apareceu mais. Foi no dia 29 de novembro que a família iniciou as buscas por ele. Contudo, o corpo de Sinho só foi encontrado no último domingo (2). Depois de procurar em hospitais e delegacias, Marta foi ao Instituto Médico Legal (IML) e descobriu que o marido estava morto há quatro dias.

 

“Meu marido estava morto desde o dia 28, e eu só soube porque fui lá. Antes disso, a SSP ainda me ligou para dizer que não tinha entrada nenhuma. Inclusive, eu liguei para o IML no sábado (1º), e me informaram que não tinha nada. Só ontem que me passaram. Quando eu dei o nome dele, encontraram no sistema. Ele estava com a carteira de habilitação”, conta Marta.

 

Iraílson Gama foi enterrado na tarde desta segunda-feira (3), no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. Dezenas de familiares e amigos do professor de Jiu-jítsu compareceram à cerimônia, incluindo o filho dele com Marta, que tem 12 anos. Marta diz que vai procurar a Corregedoria da Polícia Militar. “Hoje eu não tive condições, mas amanhã eu vou procurar a Corregedoria. Eu quero justiça. Não pode ficar assim”, disse.