Em 2017 foram mortas 445 pessoas entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) em crimes motivados por homofobia no Brasil. De acordo com a Agência Brasil, o número é o maior desde que o levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB) começou a ser elaborado pela entidade, há 38 anos.

 

Em relação a 2016 (343 casos), os crimes sofreram um aumento de 30%, dado que representa uma vítima a cada 19 horas. O levantamento do GGB se baseia em informações dos veículos de comunicação e, por conta disso, o fundador do grupo acredita que o fenômeno pode ser muito maior, já que alguns casos acabam não sendo noticiados.

 

“Tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais mortes são sempre subnotificadas já que o banco de dados do Grupo Gay da Bahia se baseia em notícias publicadas na mídia, internet e informações pessoais”, disse. Do total de mortes, 194 eram gays, 191 eram pessoas trans, 43 eram lésbicas e cinco eram bissexuais.

 

Foram 136 episódios envolvendo uso de armas de fogo, houve 111 mortes com armas brancas, 58 suicídios, 32 espancamento e 22 mortos por asfixia. Mais de 50% dos crimes ocorreram em vias públicas e quase 40% dentro da casa das vítimas.

 

O estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBT foi São Paulo (59), seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco (27) e Paraná e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).