O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que libere os recursos prometidos para deputados e senadores. O ex-governador da Bahia planejava reter parte da quantia, que é uma herança deixada pela pratica do orçamento secreto e que está sob o controle dos ministérios. A informação é do jornal Estado de São Paulo.
De acordo com a publicação, Rui Costa desejava que a prioridade do dinheiro fosse à nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deve ser lançado ainda este mês e conta com um montante de R$ 10 bilhões.
Além disso, a ideia do ministro da Casa Civil era que a maior parte dos recursos remanejados para os ministérios, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado o fim do orçamento secreto, fosse destinado a investimentos do governo, e não a emendas. No entanto, Lula não deseja enfrentar um desgaste no Congresso, especialmente perto da discussão da proposta da nova âncora fiscal na Casa.
O presidente teria pedido a Rui Costa e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, um levantamento de execução orçamentária e um relatório sobre as pendências que ainda não foram resolvidas para nomear indicados de partidos aliados em cargos do primeiro e segundo escalões. Lula pediu que os dados fossem entregues antes de reuniões com entre ministros e lideranças do PSB, PSD, MDB e União Brasil. As legendas votaram contra a orientação do Planalto na análise do Marco do Saneamento.
Atualmente, ainda existem aproximadamente 400 cargos a serem preenchidos nos Estados. Entre os postos mais disputados estão diretorias da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Ainda segundo a reportagem, as dificuldades na articulação política do governo federal vinham sendo atribuídas a Padilha. No entanto, Rui Costa vem segurando segurado nomeações e emendas. A justificativa é de que ele precisa passar um pente-fino nas indicações políticas e analisar os currículos.
O tema vem gerando desgaste também com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, na última semana, reclamou com Lula pelo não cumprimento dos acordos com os partidos da base do governo. A principal reclamação vem sendo a liberação das emendas e dos cargos a “conta-gotas”. (Bocão News)