Uma pesquisa concluiu que uma em cada quatro crianças e adolescentes está com colesterol alto, no Brasil. O diagnóstico foi um susto para a família da Manuela. “Eu procurei um médico, fiz os exames dela e constou lá: colesterol alto”, conta a mãe de Manuela, Marta Mendes. Manuela faz parte de um grupo cada vez maior de crianças e adolescentes com colesterol alto no Brasil. A Universidade Federal de Minas Gerais analisou estudos com dados de 117 mil voluntários de 2 a 19 anos em todas as regiões no país.

⚠️ A conclusão dos pesquisadores acendeu o alerta:

  • 19% têm o LDL, o chamado “colesterol ruim”, acima de 130, máximo recomendado para essa faixa etária, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
  • E o pior: quase 30% apresentam colesterol total fora do limite, que é de 170. As regiões com maior taxa são: Nordeste, Sul e Sudeste.

“A região Sudeste é a que tem maior densidade populacional. É a região em que a gente tem mais crianças ficando dentro de casa, sem brincar na rua. Tanto a alimentação ruim quanto o sedentarismo são fatores de risco muito importantes para alterações metabólicas, como a alteração de colesterol”, explica a coordenadora da pesquisa, Camila Kümmel.

colesterol alto quase não apresenta sintomas nas crianças e nos adolescentes, segundo os médicos. A maior preocupação é que o acúmulo de gorduras no sangue e nas artérias do coração leve a doenças graves na vida adulta – como infarto e derrame cerebral -, que podem matar ou deixar sequelas. Por isso, os cardiologistas recomendam que o acompanhamento comece o mais cedo possível. O médico Marcus Bolívar diz que o ideal é fazer exames a partir dos 10 anos. Se o resultado sair do padrão, a família deve rever alguns hábitos.

“A gente sabe como é difícil mudar a alimentação de um adulto. É mais fácil ensinar as crianças a sentirem o gosto, há de se ter um certo estímulo para que comam frutas, que comam hortaliças, que comam verduras. E atividade física”, orienta o cardiologista. A Manuela está seguindo as recomendações direitinho: exercício físico, prato colorido e apoio da família. “O que eu puder fazer eu vou ajudar, sim. Espero ela ter uma saúde boa, uma alimentação boa, ser saudável, né?”, deseja a mãe. G1