Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Presidente do PSD da Bahia, o senador Otto Alencar afirmou ao Política Livre que o correligionário e também senador Angelo Coronel tem “prioridade” na composição da chapa majoritária em 2026 dentro do grupo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas ressaltou que ainda é cedo para essa definição.

“Sustentar a aliança (com o PT e demais partidos da base) é a minha prioridade. É muito claro e de direito que quem tem mandato e pode ser reeleito tem prioridade. Então, o quadro é de reeleição dos senadores Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel. Agora, se isso vai acontecer ou não, só Deus sabe. Eu não tenho bola de cristal”, declarou Otto.

O senador repetiu o mantra de que “na política, só se toma uma posição quando o momento exige”, ponderando que é muito cedo para se tratar da disputa majoritária em 2026, embora tanto Wagner quanto Coronel já tenham se lançado à reeleição – o segundo, inclusive, ameaçou concorrer de forma avulsa se for alijado da chapa.

“Não estou fazendo uma crítica (aos dois). Cada um tem o seu estilo. Coronel, por exemplo, é muito sincero, fala o que pensa. Eu já discordei até do meu filho, o deputado Otto Filho (PSD), que já votou diferentemente de mim na Câmara. Então, cada um tem seu estilo, sua maneira de pensar e de se manifestar. Coronel é meu amigo e compadre, e não posso ter comportamento de polícia com a maneira dele de se manifestar. Sobre Wagner, ele que criou esse grupo e tem sempre a última palavra”, argumentou o presidente do PSD baiano.

Otto disse ainda que o momento é de focar nas eleições municipais. Ele pontuou que o PSD, embora chegue às urnas em outubro com 125 prefeitos – o maior número disparado na Bahia -, tem feito alianças com pré-candidatos de partidos aliados, a exemplo do PT e do MDB, visando preservar a aliança.

“Acho que o resultado das eleições municipais será um fator importante para 2026. Claro que isso vai contar lá na frente, o desempenho dos partidos. Mas nós, do PSD, trabalhamos pela aliança, e não estamos fazendo competição para eleger mais prefeitos. Se acontecer, é fruto do trabalho mesmo, das nossas relações, da confiança”, afirmou.

Otto negou que haja uma insatisfação do partido dele por conta de um suposto favorecimento de pré-candidatos petistas por parte do governo estadual, o que tem sido motivo de queixas de parlamentares do PSD na Assembleia Legislativa. A disputa entre as duas siglas acontece em municípios como Ilhéus, Bom Jesus da Lapa e Conceição do Coité, só para citar três. “As disputas municipais existem, inclusive entre aliados, mas isso faz parte da política, do embate democrático. Nada disso está fora da política”, concluiu o senador. Política Livre