Foto: Felipe Oliveira | EC Bahia

Entre as diversas polêmicas que rondam a derrota para o Cuiabá por 3×0 na noite desta quinta-feira (9), a saída de Biel aos 20 minutos após a expulsão de Camilo Cándido gerou revolta não só da torcida, mas também do atleta. O camisa 10 saiu irritado do campo, arremessou uma garrafa d’água, deu tapas no banco de reservas e chorou na escadaria do vestiário da Fonte Nova. Luciano Juba foi o escolhido para entrar em seu lugar. Mesmo com a desaprovação de ambas as partes, o técnico Rogério Ceni explicou os motivos da mudança.

“O Biel é um cara que é do controle de bola e velocidade. Nesse jogo eles tinham uma linha de cinco atrás e tentamos nos manter com três homens no meio-campo (Acevedo, Rezende e Yago) e ter Cauly na ligação com Everaldo na frente. Juba entrou para recuperar o posicionamento da lateral e é mais ofensivo. Era para manter essa formação. Eu poderia ter escolhido tirar o Cauly, que não teve uma noite muito boa, mas até os 20 minutos é difícil prever. Pelo jogo, valia a pena fazer essa situação. Mas não poderia deixar o meio com um jogador a menos, porque senão fatalmente tomaríamos mais gols. Se eu tiro o Cauly, [a reclamação] seria porque tirei o Cauly”, disse.

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Rogério Ceni – explicando a ideia de formação para o meio-campo

“Para mantermos o 1×0 e com chance de marcar, esses três homens do meio-campo eram fundamentais para dar o equilíbrio defensivo”

Mesmo com as reclamações acentuadas de Biel, Rogério amenizou a situação na coletiva pós jogo e disse que vê com naturalidade a irritação do atacante após ser subsituído. “Biel ficou nervoso pelo fato de ninguém querer sair com 20 minutos de jogo. Qualquer um que tire 20 minutos vai ficar chateado. O cara se prepara para jogar o jogo”, iniciou.

O técnico comentou que o atacante questionou no intervalo se a substituição teria sido pela idade dele – que tem apenas 22 anos -, mas reforçou que a decisão foi baseada em questões técnicas e táticas. “Falei para ele que não é pela idade. É difícil para qualquer jogador, como foi pra ele. Qualquer um deles sentiria muito, é compressível por sair do jogo assim”.

Ceni completou ainda que, pela formação tática do Cuiabá, precisaria de jogadores com mais toque de bola pelo meio e menos atletas de velocidade pelos lados do campo. “Esse foi um dos motivos que preferi deixar o Cauly [ao invés de Biel] quando estávamos com um a menos, para termos a aproximação e troca de passes. Não íamos vencer com velocidade e cruzamentos na área, seria jogo pelo chão”, finalizou. Correio da Bahia