Foto: José de Holanda / Divulgação

A cantora Margareth Menezes afirmou nesta terça-feira (13) que aceitou convite do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para chefiar o Ministério da Cultura, pasta que será recriada no novo governo do petista.

No governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Cultura foi transformado em uma secretaria subordinada ao Ministério do Turismo.

Aos 60 anos de idade, a artista baiana é considerada por especialistas da cultura um símbolo da potência negra e feminina do universo musical afro-pop-brasileiro.

Nascida em Salvador em 1962, Margareth teve os primeiros contatos com a música ainda na infância, por influência de seu avô por parte de mãe, que tocava violão.

Naquela época, a família de Margareth tinha o costume de se reunir para ouvir Clara Nunes, Martinho da Villa, Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, entre outras referências musicais.

Margareth iniciou a carreira artística como atriz na década de 1980, em companhias soteropolitanas de teatro.

Em 1986, lançou-se cantora e, no ano seguinte, gravou o hit de samba-reggae “Faraó (Divindade do Egito)”. Desde então, a artista lançou 15 álbuns, editados entre 1988 e 2019.

Nas plataformas digitais de música, além da clássica “Faraó”, as canções interpretadas por Margareth Menezes mais reproduzidas são “Dandalunda” e “As Áfricas que a Bahia Canta”.

Política e ações sociais

Após 35 anos de carreira musical, a cantora foi nomeada para integrar o grupo de cultura da equipe de transição de Lula – a quem Margareth Menezes apoiou durante a campanha eleitoral de 2022.

Antes disso, a artista criou em 2008 a Fábrica Cultural, uma entidade que promove ações culturais e sociais voltadas para crianças e jovens carentes. A instituição também oferece cursos profissionalizantes, de arte e educacionais.

Ministério da Cultura

Ao escolher a artista, Lula retoma uma ideia que adotou no primeiro governo, quando escolheu um cantor de renome, Gilberto Gil, para chefiar o Ministério da Cultura.

A pasta é responsável pela elaboração de políticas públicas e de fomento ao setor de cultura. Além disso, o ministério, entre outras atribuições, cuida do patrimônio histórico e cultural do país. Outra missão da pasta é criar condições de acesso universal aos bens culturais brasileiros.

No programa de governo que apresentou ao se candidatar, Lula colocou a cultura como estratégia para o processo da “reconstrução democrática do país e retomada do desenvolvimento sustentável”.

Lula defende o fortalecimento das instituições culturais e a recomposição do financiamento e do investimento em políticas culturais.

O petista também quer implementar o Sistema Nacional de Cultura, com descentralização dos recursos. Ele defende ainda potencializar processos criativos e fortalecer a memória e diversidade cultural, ao valorizar a arte e a cultura popular e periférica. E garantir a liberdade artístico-cultural.

A escolha de Margareth também ajuda Lula a cumprir uma de suas promessas de campanha: a de formar um ministério com representatividade, composto por mulheres e negros. G1