Seis procuradores pediram na quarta-feira (4), desligamento da Operação Lava Jato na Procuradoria-Geral da República. Eles faziam parte do grupo que investigava políticos com foro privilegiado na operação. O pedido de desligamento é motivado, segundo eles, por “grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF” (leia ao final desta reportagem comunicado divulgado pelos procuradores).
A manifestação está sob sigilo mas a TV Globo apurou que o conteúdo envolve a delação do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República confirmou que Dodge recebeu o pedido de desligamento e disse que ela, “em todos os seus atos, age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei”.
Comunicado dos procuradores
Leia abaixo o comunicado dos seis procuradores:
Prezados colegas,
Devido a uma grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03.09.2019), decidimos solicitar o nosso desligamento do GT Lava Jato e, no caso de Raquel Branquinho, da SFPO. Enviamos o pedido de desligamento da data de hoje.
Foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos. Obrigada pela parceria de todos vocês.
Nosso compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade.
Raquel Branquinho
Maria Clara Noleto
Luana Vargas
Hebert Mesquita
Victor Riccely
Alessandro Oliveira
Nota de Raquel Dodge
Leia a íntegra de nota pública divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República
Ao confirmar que recebeu pedido de desligamento de integrantes de sua equipe na área criminal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reafirma que, em todos os seus atos, age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei. Todas as suas manifestações são submetidas à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).