Agência Brasil

Os atos golpistas do dia 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF) provocaram um prejuízo de R$ 12 milhões aos cofres públicos. Quase um ano após as sedes dos Três poderes serem invadidas e destruídas, o STF atualizou as despesas com as perdas materiais. Antes, a Corte tinha registrado um gasto de R$ 11,4 milhões.

Ao todo, 951 itens foram furtados, quebrados ou completamente destruídos. Um custo de R$ 8,6 milhões. Entre o material estão quatro fotografias de Sebastião Salgado (R$ 784 mil) e 10 câmeras de vídeo da TV Justiça (R$ 2 milhões).

O Supremo ainda desembolsou R$ 3,4 milhões com a reconstrução do plenário da Corte, um dos locais mais depredados pelos vândalos.

Lá, onde os ministros fazem os julgamentos, os golpistas tentaram atear fogo e destruíram tudo o que viram pela frente. As cadeiras dos ministros foram levadas para a rua. A porta de um armário do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada. Até comida eles roubaram.

Os golpistas retiraram poltronas, molharam e rasgaram documentos. Todos os vidros da fachada do prédio foram quebrados ou pichados. As togas dos ministros foram roubadas.

Foram trocados 850 m² de carpete na cor ouro, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Supremo também registrou a perda de 106 itens históricos de valor imensurável, como esculturas e móveis que não puderam ser restaurados e não podem ser repostos.

Vários bustos foram quebrados. A estátua de Ruy Barbosa, um dos autores da primeira Constituição, levou uma pancada, mas o Supremo decidiu preservar as marcas do ataque para que não se esqueça da violência que ocorreu em Brasília.

Em vários locais, o Supremo instalou os chamados pontos de memórias que não só documentam, como tentam ressignificar o atentado ao patrimônio material e imaterial expondo peças danificadas, fragmentos produzidos pela violência e demais vestígios físicos do ataques. G1