O Bahia vai com um time bem modificado para a partida desta quarta-feira, contra o Bahia de Feira, pela terceira rodada do Campeonato Baiano. Nem o grupo titular, nem a equipe B, que jogou na primeira rodada do Baianão e estava cheia de pratas da casa. Diante do Tremendão, o Tricolor entra em campo nesta quarta com um grupo mais experiente, formado por reservas do elenco principal. Na equipe titular que treinou junta nesta terça-feira estão nomes como Anderson, Ernando, Douglas e Shaylon, por exemplo.

Com isso, o goleiro Anderson, de 35 anos, vai ter a primeira oportunidade de entrar em campo nesta temporada. Escolhido para conceder entrevista coletiva após o treino, Anderson não escondeu que o objetivo do grupo é colocar uma dúvida na cabeça do técnico Enderson Moreira para os próximos jogos. No domingo, o Tricolor enfrenta o Vitória no primeiro clássico do ano.

– O Enderson fala que não tem titular. Por isso que ele está rodando a equipe. Isso aí a gente tem que respeitar a equipe do Bahia [de Feira], jogar bem e botar um trevo na cabeça dele. É isso que ele gosta, ganha bem para não dormir [risos]. Tem que jogar bem, e ele pensar em quem vai colocar no Ba-Vi – diz Anderson.

E equipe titular que treinou nesta terça tinha: Anderson, Matheus Silva, Ernando, Ignácio e Paulinho; Luís Fernando e Douglas; Clayton, Shaylon e Élber; Júnior Brumado.

Anderson ainda vive uma situação diferente dos companheiros. Com o contrato acabando em maio desse ano, o defensor ainda não sabe se vai terminar a quarta temporada defendendo as cores do tricolor.

– Sobre isso não me preocupo, contrato acabando. Só trabalho e ajudo meus companheiros. Penso no grupo e levo o Bahia em primeiro lugar. O Bahia fica, e a gente vai embora. Nós temos a obrigação de deixar o clube onde pegou ou numa posição melhor. O Bahia está no caminho certo, o presidente, vice-presidente, e a gente procura almeja Sul-Americana, vaga na Libertadores, porque já chegou a hora.

A partida contra o Bahia de Feira está marcada para as 20h30 (horário de Salvador) desta quarta-feira e pode ter Anderson em uma situação nova. O goleiro vem treinando cobranças de falta e, caso surja a oportunidade, pode arriscar pela primeira vez.

– Treino bastante. Sempre que os caras treinam deixo eles baterem primeiro. O Shaylon, Flávio, Guilherme. Depois vou ali e bato. A gente vai se aprimorando. O futebol exige o goleiro ser técnico, batendo falta, saindo jogando. O futebol está evoluindo, eu que venho de uma geração antiga, sempre pediram para eu sair jogando. Trabalhei com treinadores que não gostavam de dar chutão.

Confira outros trechos da entrevista coletiva do goleiro Anderson

Ajuda aos mais novos

– São líderes do campeonato hoje. É dar oportunidade, tanto para mim quanto para os meninos. Eu não joguei em casa, quando o Borel estreou, e disse a ele que tinha a mesma responsabilidade que a minha. Ele com 16 anos e eu com 35 anos. E a gente ia ajudar ele. Alguns jogadores aqui no Bahia, como Borel, Ramires, eles também melhoraram bastante porque a gente agrega. Se você chega em um clube com um moleque desse de 15 anos e tem jogador que nem fala com ele. Isso aconteceu comigo, quando era mais novo. A gente dá incentivo, e eles são garotos que escutam. Quando Ramires estreou, lembro que estava do meu lado e ele perguntou o que tinha que fazer. Eu só disse para ele fazer o que fazia no treino e depois você vai poder comprar um carro, uma casa para ajudar a sua mãe. A gente tenta facilitar a vida deles também. São jogadores de qualidade, mas o grupo é fundamental. Você vê o Guilherme que está aqui. Ele está há um mês e parece um ano.

Rodagem do elenco

– Boa. Falo para os mais novos que toda vez que visto a camisa do Bahia é como um aniversário, uma honra para mim. Falei para eles que lembro quando vim aqui há quatro temporadas, que falei que ia fazer três meses, mas parecia que tinha quatro anos. Fiz e quero fazer mais. E isso se faz com jogos. É ter tranquilidade. Hoje estou no futebol em alto nível porque também escuto o Ramires, qualquer moleque que vem falar comigo, por mais que não seja uma coisa tão interessante, tem alguma coisa boa e eu guardo para mim.

Torcida única

– Dentro de campo não atrapalha em nada. Nossa torcida, se for para torcida única ou dividida, nossa torcida vai fazer a diferença em qualquer canto. Sobre isso não me meto muito, não sei como é lá fora. A gente fica bem protegido dentro, não vou mentir. O Bahia da toda estrutura para a gente. Prefiro torcida única, mas não sei o que agrega por causa da violência lá fora. Dentro de campo não atrapalha.

Bahia de Feira

– O futebol é dentro de campo. Bahia de Feira é uma excelente equipe, como tem Fluminense de Feira, Juazeirense. O futebol é jogado ali dentro. Pode se tornar fácil ou difícil dependendo de cada equipe. Acho que se a gente igualar na pegada com os caras, tecnicamente vamos sobrar. Mas se a gente der algum vacilo, os caras também têm qualidade. Globoesporte Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia