EC Vitória

As férias de Lucas Arcanjo começaram três semanas depois dos demais jogadores do elenco do Vitória. Recuperado de uma cirurgia no ombro, ele permaneceu na Toca do Leão após o acesso à Série B do Brasileiro para realizar treinos específicos com o preparador de goleiros Itamar Ferreira. “Eu só podia ser liberado 100%, sem restrição. E estou zerado”, avisa o prata da casa, que vai se reapresentar no dia 28 de novembro, quando inicia a pré-temporada do clube.

Lucas Arcanjo fez 26 jogos com a camisa vermelha e preta em 2022. Ele foi titular em todos os jogos do Leão na Série C do Brasileiro até a 13ª rodada, quando lesionou o ombro, precisou passar por cirurgia e acabou ficando fora dos planos do clube.

“Eu estava numa boa fase, tendo boa sequência e a cirurgia foi um baque, pois nunca tinha passado por isso. Eu chorava todos os dias por não estar jogando”, recorda o goleiro de 24 anos. A cirurgia foi realizada em 15 de julho. Lucas comemorou o acesso longe das quatro linhas, mas se emocionou bastante mesmo assim.

“Pra gente que é da base tem um peso maior esse acesso, porque o que nós vivenciamos esse ano foi coisa de louco. No começo do ano, o Vitória foi abaixo das expectativas, mas com a chegada do professor João Burse, a mentalidade do grupo foi outra e a gente começou a acreditar de verdade nesse acesso. Aeroporto lotado, estádio lotado, comemoração com a torcida. Foi coisa inexplicável”, vibra.

Durante a recuperação, ele e seu principal concorrente pela caminha 1 fortaleceram a amizade. Dalton assumiu a titularidade do gol rubro-negro nos últimos 12 jogos da Série C, foi um dos destaques do acesso e apoiou Lucas Arcanjo nos momentos difíceis.

“Ele é um cara bem parceiro e a gente sempre conversava. No processo de cirurgia, ele me falava que é normal da profissão. É um ser humano incrível, conversava quase todo os dias comigo. Hoje já não é só um colega de trabalho, é um irmão e nossa relação é bacana”, diz Lucas.

Apesar da amizade, Lucas promete uma boa disputa pela camisa 1 do Vitória no começo de 2023 e não acredita que haja favorito para ficar com ela. “Quando ele chegou, eu estava jogando. Não vejo como uma questão de sair na frente. Tem um peso maior porque na reta final ele fez um trabalho excepcional, mas em pré-temporada tá tudo zerado, todo mundo buscando seu espaço e aí é o professor quem decide quem vai estar melhor para ficar com a número 1”, projeta.

Para chegar em condição de disputar posição na pré-temporada, Lucas Arcanjo está treinando diariamente numa academia de Salvador.

“A parte superior tem que estar fortalecida para proteger o ombro. Tô fazendo dieta também. Mantenho contato com os profissionais do Vitória. Tudo planejado. Claro que no final de semana você come uma besteira, toma uma gelada, mas eu estou me cuidando. Prefiro ter um sofrimento de estar dolorido por causa da musculação agora nas férias do que chegar zerado na pré-temporada e não render bem no treino pelo corpo não estar acostumado com a carga”, explica.

Animado com o retorno aos gramados, Lucas Arcanjo quer conquistar o primeiro título da carreira como profissional. “A expectativa é de que 2023 vai ser um ano vitorioso, um ano de títulos, pois estamos precisando, pelo tamanho o Vitória não pode ficar tantos anos sem título. Creio que vai ser um ano de muitas vitórias”, vislumbra.

Ele garante estar preparado para proteger as traves rubro-negras outra vez. “Logo que eu voltei a treinar, ainda estava sentindo insegurança, porque eu me machuquei ao arremessar uma bola e, querendo ou não, ficava com receio dos movimentos, mas esse tempo que fiquei treinando com o professor Itamar Ferreira após o acesso foi bem bacana. O teste final para eu poder me liberar para as férias foi o de arremesso e, graças a Deus, deu tudo certo. Hoje eu me sinto bem mais seguro com os movimentos do ombro e não tenho restrição alguma”. Correio da Bahia