EC Bahia

A possibilidade de uma mudança na legislação para permitir aos clubes renovação contratual pelo prazo mínimo de 30 dias é vista com bons olhos no Bahia. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani se mostrou favorável à medida, mas destacou que precisa ficar restrita ao ano de 2020 e não continuar após a pandemia do coronavírus. A possibilidade de mudança na legislação foi revelada pelo presidente do Ceará, Robinson de Castro. Um dos motivos é a possibilidade de o calendário atual só terminar em 2021.

“Acho que é uma proposta positiva. Permitirá a alguns clubes que não têm calendário o ano todo, que contratem pontualmente para encerrar os calendários que estavam em andamento. Dificilmente terão condições de contratar se ficar previsto o limite de 90 dias, e aí os campeonatos não acabariam e consequentemente os jogadores não teriam uma vitrine final. Acho que pode ser bom para todo mundo” – disse o presidente do Bahia.

A preocupação é maior para clubes com atletas que possuem término de contrato logo após o fim dos campeonatos estaduais, que estavam com conclusão prevista para abril, e para clubes com atletas encerrando vínculo no meio do ano, situação comum no futebol europeu. Segundo levantamento realizado pelo Globoesporte.com, ao menos 37 jogadores de 15 equipes da Série A do Brasileirão têm encerramento de vínculo antes do término de 2020.

“Mas também acho que se houver grande resistência dos atletas, a proposta pode não acontecer. E pronto. E aí os campeonatos não acabam. É isso que vai acontecer na verdade. E aí ninguém joga. Porque os clubes pequenos têm muita dificuldade. Não adianta ter uma norma que não consegue ser aplicada na prática. Sou favorável, mas muito pontualmente para o momento da pandemia, para o ano de 2020” – acrescentou Guilherme Bellintani.

O presidente do Bahia fez questão de ressaltar a importância de a medida ser pontual. De acordo com ele, uma mudança mais longa na legislação será extremamente prejudicial para os jogadores. “Se é uma proposta que permanece mais longa, é muito prejudicial porque permite que clubes façam apenas testes com jogadores, ao invés de fazer uma análise mais apurada, contratos muito curtos, o que vai gerar sub-emprego, principalmente de atletas que ganham muito pouco” – finalizou o dirigente. Globoesporte