Quando Artur pegou a bola e disparou em velocidade no contra-ataque não foi Gilberto quem acompanhou o lance. O zagueiro Ernando largou a defesa e correu junto com o camisa 98. O pique foi premiado após receber o passe do companheiro, livre de cara com o goleiro Tiago Volpi, para balançar as redes. O gol do defensor deu o triunfo ao Bahia por 1 a 0 sobre o São Paulo, na quarta-feira (29), na Arena Fonte Nova, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil.

“Foi uma intuição que eu tive ali na hora. Percebi que ia ter o contra-ataque. Acho que o Gilberto ficou um pouco para trás e eu continuei na jogada. Quando o Artur foi para cima do zagueiro eu fui para o outro lado para dar opção de passe para ele. Até segurei um pouco para não ficar impedido e, graças a Deus, o Artur deu um excelente passe e eu tive a calma de um centroavante para escolher a melhor opção para fazer o gol. Agradeço a Deus e parabenizo toda a equipe pela classificação”, contou Ernando em entrevista ao Bahia Notícias.

“Não era [para estar ali], não era. Literalmente era para ser um homem surpresa, que normalmente é um volante ou lateral, ninguém espera um zagueiro. E eu tive a coragem de sair de lá da zaga e acompanhar toda a jogada e conseguir finalizar para fazer um belo gol”, continuou. O toque na saída de Volpi para balançar as redes foi bonito. Mas e se perdesse aquele gol? Ernando brincou dizendo que uma possível “zagueirada” na cara do goleiro não resultaria numa bronca do comandante Roger Machado.

“Não sei se receberia uma bronca, porque normalmente ali o zagueiro poderia se afobar na frente do goleiro e dessa vez foi diferente. O zagueiro não zagueirou igual os narradores falam. Eu tive a calma e a tranquilidade para fazer um toque de cavadinha e fazer o gol”, falou. A defesa passou invicta pelo São Paulo neste confronto das oitavas de final. Para Ernando, a classificação é fruto de uma entrega tática dos componentes do sistema defensivo da equipe do Bahia.

“Acho que a classificação começou lá em São Paulo. A equipe propôs uma marcação muito forte. O Roger colocou três volantes ali na nossa frente e deu uma cobertura muito boa. A gente conseguiu antecipar jogadas, tirar bolas de cruzamento. Acho que foi um trabalho que o Roger pediu taticamente, todo mundo obedeceu e foram dois jogos praticamente perfeitos da nossa equipe e com isso consolidou com uma bela classificação”, analisou. Bahia Notícias